Papa Francisco dá primeiro passo para beatificar padre brasileiro
O papa Francisco reconheceu as “virtudes heroicas” do padre brasileiro Aloísio Sebastião Boeing, informou a Santa Sé, dando assim o primeiro passo para a beatificação do religioso. A partir de agora, o religioso passa de “servo de Deus” para “venerável”.
Nascido em 24 de dezembro de 1913 em Vargem do Cedro, distrito do município catarinense de São Martinho, Boeing pertenceu à Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus e foi fundador da Fraternidade Mariana do Coração de Jesus. O religioso faleceu em 17 de abril de 2006 em Jaraguá do Sul, também em Santa Catarina.
“O venerável servo de Deus realizou um amplo apostolado unido à grande caridade, levando alívio para muitos necessitados. A fé foi um pilar de sua vida, a oração marcava os seus dias. Nas circunstâncias difíceis, era apoiado por uma esperança viva. O seu apostolado foi fecundo e correspondeu às missões confiadas por seus superiores”, informou o Vaticano.
Ainda conforme o Dicastério da Causa dos Santos, o brasileiro era visto como “um pai” por noviços e foi um “válido diretor espiritual para muitos padres”.
“Tinha particular atenção para os mais pobres, aos quais fornecia apoio material e espiritual. Manifestou espírito ecumênico sobretudo com a comunidade luterana, muito presente naquela área do Brasil, e para a qual também tornou-se ponto de referência”, acrescenta a nota.
Primogênito de sete filhos, Boeing nasceu em uma família muito católica e de origens alemãs, considerada rica para os padrões da época. Em 1925, ele decidiu entrar no seminário religioso em Brusque e, na mesma cidade, fez seu noviciado. Foi ordenado sacerdote em 1º de dezembro de 1940 na cidade de Taubaté, em São Paulo.
Durante sua atuação, foi vigário em Varginha, Minas Gerais e professor do Seminário em Corupá (SC) até 1952, quando foi nomeado “maestro dos noviços” e transferido novamente para Brusque – ficando até 1976.
Ainda conforme a Santa Sé, ele foi o responsável pela construção do noviciado Nossa Senhora de Fátima, em Jaraguá do Sul, e também pela criação, ao lado de Neide Girolla, em 1976, da experiência da Fraternidade Mariana, com “o objetivo de viver a consagração feminina segundo o carisma dehoniano” – como são conhecidos os padres da congregação ao qual Boeing pertencia.
A comunidade foi reconhecida canonicamente em 1994. Antes de parar de atuar por conta de problemas graves de saúde, o padre passou ainda por paróquias de Jaraguá do Sul e Pomerode.