A Coragem de Jesus e dos Santos – Por Fernando Maciel
Não me interessa muito o que dizem de mim, contanto que Deus me aprove – São Tomás More
Sejais forte! Não sejais levado por aquilo que os outros pensam ou dizem. – São João Bosco
“Serpentes! Raças de víboras!” Jesus disse, “Sois semelhantes aos sepulcros caiados!”
Seus seguidores estavam horrorizados. Por acaso Jesus não sabia à quem ele estava se dirigindo? esses eram os escribas e os Fariseus!
Eram doutos conhecedores da lei e poderosos, e clamavam para si a autoridade de Moisés. Ainda assim, aqui, Jesus Cristo estava verbalmente os esfolando, como se fossem criminosos comuns! Nunca tinham o visto assim tão irritado, era sempre tão paciente e gentil. O que estava acontecendo?
Porém, Jesus não deixou por isso. “Como escapareis ao castigo do inferno? Vede, eu vos envio profetas, sábios, doutores. Matareis e crucificareis uns e açoitareis outros nas vossas sinagogas. Ai de vós!”
A Coragem de Jesus
Por acaso a raiva de Jesus o choca? Frequentemente, nós Cristãos tendemos a direcionar o foco em um Jesus gentil e manso, um Jesus com um sorriso gentil e com crianças ao seu colo. Isso, é claro, não está errado em si, pois Jesus é realmente humilde e manso. Ele mesmo disse isso sobre si mesmo (Mateus 11,29). A mansidão de Cristo é uma realidade linda que nós todos devemos imitar.
Se ignorarmos essa coragem de Cristo, só nos sobra uma caricatura, um Jesus que nós mesmos idealizamos; algo longe do real.
Porém, não podemos nos esquecer daquele mesmo Jesus que esteve cara a cara com os homens mais poderosos de Seus dias, repreendendo-os com zelo profético, palavras duras e com fogo em Seus olhos. Se ignorarmos essa coragem de Cristo, só nos sobra uma caricatura, um Jesus que nós mesmos idealizamos; algo longe do real.
Jesus era corajoso e seus inimigos sabiam disso. Ele jamais ajustou suas palavras para se tornarem mais palatáveis à sua audiência. Na verdade, Ele preferiu deixar centenas, até mesmo milhares abandoná-lo do que “amaciar” a Sua mensagem um pouquinho que fosse (ver João 6). A opinião popular simplesmente não interessava à Ele.
Agora, por que estou trazendo à tona esse tópico?
Veja bem, se olharmos para o mundo moderno, não vemos nada além de hostilidade para com a fé. No Oriente Médio Cristãos estão sendo martirizados da forma mais brutal. Aqui no Ocidente, houve um tempo – não muitos anos atrás – em que ser Cristão era – para alguns círculos – um motivo de chacota apenas. Nenhuma crítica passava de tentativas de envergonhar o Cristão pelo fato de ser Cristão. Atualmente a coisa toda escalou para uma realidade muito mais acachapante e triste. Algo que era para muitos apenas um eufemismo falar de perseguição, está nos dias atuais se tornando algo muito concreto.
Diariamente, leis e novas “palavras de ordens” são proferidas, sempre na direção de castrar o homem comum, pintando-o cada vez mais com uma face ultrapassada – para dizer no mínimo – ou até mesmo como um criminoso. O que há até bem pouco tempo era para muitos apenas um motivo de vergonha ser religioso, hoje em dia, lei após lei, “lacração” após “lacração”, o homem comum vem sendo pintado cada vez mais como um monstro e os que aderem à posturas pós modernistas são cada vez mais pintados como a própria representação da virtude e do amor… e a sociedade nada tem feito para refrear isso.
Com a realidade dessa pandemia, que tem sido utilizada para que o pensamento pós-modernista e o globalismo seja implantado à todo vapor, tivemos nossas liberdades mais pétreas tolhidas, dia após dia.
Temos visto pais de família tentando sair para trabalhar sendo presos, por apenas tentarem o seu sustento, pois não possuem investimentos para se manterem em casa e aderir ao #fiqueEmCasa.
A palavra de ordem atual vem sempre com uma casca, um verniz bonito, de que tudo é lindo, que todos estão aqui pelo amor e para o bem de todos. Com isso, todos os direitos vem sendo solapados, um a um, de uma forma gentil, porém inexorável, ao ponto que muitos estão perplexos, sem ação e achando que o ideal é seguir o fluxo.
Só uma coisa morta segue a correnteza. Tem que se estar vivo para contrariá-la – G. K. Chesterton
Porém, como dizia G. K. Chesterton: Uma coisa morta segue o fluxo, e somente o que é vivo pode ir contra o fluxo. Nossa sociedade, sob a desculpa de que é para o bem de todos, está deixando que suas liberdades sejam retiradas e que nos sobrem – no máximo – “permissõezinhas” para fazer isso ou aquilo, tudo dentro de um controle social.
Infelizmente, temo dizer, que até mesmo aqueles que um dia na história da humanidade fizeram a frente, corajosamente, e nos salvaram muitas vezes, através de sua coragem e determinação: o nosso clero. Aderindo ao #fiqueEmCasa e toda e qualquer pauta globalista, ingenuamente pensando que assim estarão do lado certo da história.
Tenho visto nas redes sociais Padres, imbuídos do politicamente correto, virtualmente “sentando a mão” nos seus fieis que ousam criticar o fechamento das igrejas. Se colocaram em uma posição de inquestionáveis, sábios benevolentes que tudo o que querem é o bem de seus fiéis, e Ai daquele que questionar suas posturas covardes! Não falo de todos os Padres, mas infelizmente, muitos tem dado esse mal exemplo ao seus fiéis.
Reprimem com um “ao invés de criticar, ore pelo clero”. Pois eu digo que oro, diariamente pelo clero da Igreja, oro para que tomem coragem, através do exemplo dos Santos do passado e principalmente, através do exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo, que JAMAIS se acovardou perante o senso comum do seu tempo. Que passem a nadar contra essa maré e tomem coragem para guiarem seus fiéis, como um pastor que guia as ovelhas e não sejam os primeiros a se esconder.
Por sua vez, é preciso que o homem leigo Cristão PARE de tentar ser um homem moderno, PARE de tentar agradar às massas e volte ao homem das antigas, resgatando os seus valores. O homem Cristão deve, pelo bem de tudo o que ele valoriza e ama: seus familiares, valores e suas crenças, voltar-se ao Cristo que combatia o Seu Zeitgeist e com hombridade, fincar o pé, sem se desculpar ao insistir em guardar a tradição, aquilo que nossos ancestrais perderam suas vidas para que hoje pudéssemos ser livres.
Já disse antes por aqui, liberdade não é algo que nos é passado em nosso DNA, é preciso que lutemos hoje para que nossos filhos possam continuar a gozar da liberdade em seus tempos.
Artigo escrito por Fernando Maciel.