A PENITÊNCIA OU RECONCILIAÇÃO
Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência obtêm da misericórdia divina o perdão da ofensa feita a Deus e ao mesmo tempo são reconciliados com a Igreja que feriram pecando, e a qual colabora para sua conversão com caridade, exemplo e orações.
Esse sacramento chama-se:
1. sacramento da Conversão (caminho de volta ao Pai);
2. da Penitência (esforço de conversão, de arrependimento e de satisfação por parte do cristão pecador);
3. da Confissão, porque a declaração, a confissão dos pecados diante do sacerdote é um elemento essencial desse sacramento, além da confissão que se faz da santidade de Deus e de sua misericórdia para com o homem pecador;
4. do Perdão, porque, pela absolvição sacramental do sacerdote, Deus concede "o perdão e a paz";
5. da Reconciliação: porque dá ao pecador o amor de Deus que reconcilia. Quem vive do amor misericordioso de Deus está pronto a responder ao apelo do Senhor: "Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão" (Mt 5,24).
A Confissão é necessária porque Jesus nos convida à conversão. A primeira e fundamental conversão é selada com o Batismo. A segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja, e Cristo nos convida pela vida toda a realizá-la. Santo Ambrósio diz que na Igreja existem a água e as lágrimas: a água do Batismo e as lágrimas da Penitência.
Sem a penitência interior, entretanto, as obras de penitência externas são estéreis, vazias e enganadoras.
A penitência interior é uma reorientação radical de toda a vida, um retorno, uma conversão para Deus de todo nosso coração, uma ruptura com o pecado, uma aversão ao mal e repugnância às más obras que cometemos. É também o desejo e a resolução de mudar de vida com a esperança da misericórdia divina e a confiança na ajuda de sua graça.
A conversão é, antes de tudo, uma obra da graça de Deus que reconduz nossos corações a ele. É descobrindo a grandeza do amor de Deus que nosso coração experimenta o horror e o peso do pecado e começa a ter medo de ofender a Deus pelo mesmo pecado, e ser separado dele.
Somente Deus perdoa os pecados, mas confiou o exercício do poder de absolvição ao ministério apostólico (bispos e padres). Conferindo aos apóstolos seu próprio poder de perdoar os pecados, o Senhor também lhes dá a autoridade de reconciliar os pecadores com a Igreja.
A reconciliação com a Igreja é inseparável da reconciliação com Deus. O sacramento da Penitência foi instituído por Jesus para aqueles que, depois do Batismo, cometeram pecado grave e com isso perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial. É uma nova possibilidade de converter-se e de recobrar a graça da justificação.
Há cinco condições para se fazer uma boa confissão:
l. Examinar a consciência, a fim de descobrir os pecados cometidos;
2. Arrepender-se dos pecados cometidos, ou seja, querer não cometê-los mais;
3. Propor não pecar mais. Sem esse propósito, a confissão fica nula.
4. Confessar os pecados ao padre. Somente se é obrigado a confessar os pecados graves, mas é aconselhável confessar todos, tanto os graves como os leves.
5. Cumprir a penitência que o padre determinar. A Igreja pede que o fiel se confesse ao menos uma vez por ano.
As graças que o sacramento da Penitência e Reconciliação nos oferece são: a reconciliação com Deus, pela qual o penitente recobra a graça; a reconciliação com a Igreja; a remissão da pena eterna devida aos pecados mortais; a remissão, pelo menos em parte, das penas temporais, sequelas do pecado; a paz e a serenidade da consciência, e a consolação espiritual; o acréscimo de forças espirituais para o combate cristão.
A confissão individual e integral dos pecados graves, seguida da absolvição, continua sendo o único meio ordinário de reconciliação com Deus e com a Igreja.