Acordo entre Vaticano e Palestina entra em vigor
O Vaticano informou que começou a valer neste sábado (02) o acordo firmado com a Autoridade Nacional Palestina no último dia 26 de junho.
"Em referência ao Acordo Compreensivo, firmado no dia 26 de junho de 2015, a Santa Sé e o Estado da Palestina fizeram notificações recíprocas para o cumprimento dos procedimentos solicitados para sua entrada em vigor do artigo 30 do mesmo acordo", emitiu em nota o Vaticano.
O documento é constituído de um preâmbulo e de 32 artigos que "guardam aspectos essenciais da vida e das atividades da Igreja na Palestina, ao mesmo tempo em que reafirma o apoio para uma solução negociada e pacífica para do conflito da região", conclui a nota.
Apesar de não ter fornecido muitos detalhes, a comissão vaticana informou que o texto tem um capítulo sobre os princípios e as normas fundamentais que são a base da cooperação entre os países – entre os quais o desejo da "Solução dos Dois Estados" -, há um capítulo sobre a liberdade religiosa e de consciência e ainda uma parte do texto relata todas as ações que a Igreja Católica realiza pelo mundo.
O acordo foi firmado por uma comissão bilateral e as negociações duraram cerca de 15 anos. Porém, desde 2013, o Vaticano usa a expressão "Estado da Palestina", o que desagrada Israel e leva os palestinos a considerar que a Igreja reconhece sua área como um país – levando em consideração a conta das autoridades locais 136 nações reconhecem o território palestino como um Estado.
À época da assinatura do documento, os israelenses afirmaram que o documento "não contribui para levar a Palestina para a mesa das negociações bilaterais". O governo de Benjamin Netanyahu, que se disse "desapontado", também pediu acesso ao acordo, mas o Vaticano negou a consulta.
Desde 1993, a Santa Sé tem relações diplomáticas com Israel e, desde 1999, há a tentativa de negociar um acordo sobre os direitos jurídicos da Igreja Católica no país.
Já as relações entre a cidade-Estado e a Palestina são datados em 26 de outubro de 1994 e um pré-acordo havia sido assinado em 2000. Para finalizar o documento, os papas Bento XVI e Francisco tiveram participação.