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Apesar de apelo do Papa Francisco, estado norte-americano da Georgia executa mulher após 70 anos

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Pela primeira vez em 70 anos, o estado norte-americano da Georgia executou uma condenada à morte, apesar de apelos do papa Francisco e de ativistas locais. A sentenciada é Kelly Renee Gissendaner, de 47 anos, condenada pelo homicídio de seu marido, ocorrido em 1997. Após a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitar o terceiro recurso da defesa, Kelly foi morta às 00h21 locais, com uma injeção letal de pentobarbital. Dezenas de manifestantes se reuniram diante da prisão do condado de Jackson para protestar contra a execução da mulher, que foi a primeira morta com a pena capital nas últimas sete décadas na Georgia.

Desde 1976, apenas 15 mulheres foram executadas nos Estados Unidos, contra 1,4 mil homens. Ao todo, 32 dos 50 estados do país adotam este tipo de condenação. Ontem, o papa Francisco, que na semana passada fez uma visita oficial aos EUA e condenou a pena de morte durante um discurso histórico no Congresso, pediu para que a sentença fosse substituída. Em uma carta escrita pelo núncio apostólico nos EUA, Carlo Maria Viganò, o Pontífice negou ter a "intenção de minimizar a gravidade" do crime cometido pela mulher, mas "implorou pela substituição da pena de morte por uma sentença que exprima melhor a justiça e a misericórdia". Em pronunciamento feito no último dia 24 aos congressistas norte-americanos, Francisco defendera que "toda vida é sagrada" e que "cada pessoa tem sua dignidade inalienável".

Kelly foi condenada por ser a mandante do assassinato de seu marido, cometido por seu amante Gregory Owen, sentenciado à prisão perpétua. Os advogados da mulher alegavam que a pena de morte era "inapropriada", já que Kelly não tinha cometido o homicídio de fato.

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