Após ataque a igreja, Papa Francisco nega “guerra religiosa”
Durante sua viagem a Cracóvia para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2016, o papa Francisco descartou nesta quarta-feira (27) a existência de uma "guerra religiosa" no mundo, ao comentar o atentado reivindicado pelo Estado Islâmico (EI) em uma igreja de Rouen, no norte da França.
"Quando falo de guerra, falo de guerra de verdade, não de guerra religiosa. Não existe guerra religiosa. Existe guerra de interesses, por dinheiro, pelos recursos naturais, pelo domínio dos povos", declarou o líder católico, acrescentando que todas as crenças "querem a paz".
Além disso, Francisco agradeceu ao presidente da França, François Hollande, pela sua ligação após o ataque em Rouen, que vitimou o padre Jacques Hamel, degolado pelos jihadistas. "Ele quis falar por telefone comigo como um irmão", disse.
Pouco antes, também no avião, o Papa havia declarado que o mundo está em uma "guerra fragmentada" e "perdeu a paz". O Vaticano vem tomando cuidado para evitar relacionar os recentes ataques terroristas na Europa ao Islã e para não criar uma imagem de divisão entre as religiões. O EI já afirmou em repetidas ocasiões que a Igreja Católica, e por consequência Roma e o Vaticano, está entre seus principais alvos.
O assassinato de Hamel foi o primeiro atentado especificamente contra o catolicismo no Ocidente, embora o Estado Islâmico persiga cristãos no Oriente Médio. (Ansa)