AS 15 TENTAÇÕES QUE SÃO NECESSÁRIAS COMBATER DENTRO DA CÚRIA, DE ACORDO COM O PAPA FRANCISCO
1 – A doença de sentir-se imortal, imune ou até indispensável, deixando de lado os controles necessários e normais. Uma cúria que não é autocrítica, que não se atualiza, que não tenta melhorar é um corpo enfermo. É a doença do rico insensato, que achava que ia viver eternamente, e também daqueles que se tornam amos e se sentem superiores a todos, em vez de sentir-se a serviço de todos. O Papa recomendou para que os que se acham imortais façam visitas aos cemitérios, pois alí se encontram todos os que se achavam "eternos".
2- A doença do "martalismo" (da Marta citada no Evangelho), a doença da excessiva atividade: daqueles que ficam imersos no trabalho e deixam de lado “a melhor parte”: sentar-se aos pés de Jesus. Por isso, Jesus convidou os seus discípulos a “descansar”, porque descuidar do necessário repouso leve ao estresse e à agitação. O tempo do repouso para quem completou a sua missão é necessário, é devido e deve ser levado a sério: passar um "tempo de qualidade” com a família e respeitar as férias como um tempo para recargar-se espiritual e fisicamente; temos que aprender o que ensina o Eclesiastes: há um tempo para tudo.
3 – A doença do endurecimento mental e espiritual: É a doença de quem, ao longo do caminho, perde a serenidade interior, a vivacidade e a audácia e se esconde nos papéis, virando uma “máquina de trabalho” e não um “homem de Deus”. É perigoso perder a sensibilidade humana necessária para chorar com os que choram e para nos alegrar com os que se alegram. É a doença dos que perdem os sentimentos de Jesus.
4 – Planejar como um contador. A doença do planejamento excessivo e do funcionalismo. É quando o apóstolo planeja tudo minuciosamente e acha que, assim, as coisas efetivamente progridem, virando um contador. Caímos nesta doença porque é sempre mais fácil e cômodo ficar na própria posição estática e imutável. A Igreja se mostra fiel ao Espírito Santo na medida em que não pretende regulá-lo nem domesticá-lo. Ele é o frescor, a fantasia, a inovação.
5 – A não cooperação. A doença da má coordenação. Quando os membros perdem a comunhão entre si e o corpo perde a funcionalidade harmoniosa e a temperança, tornando-se uma orquestra que faz barulho, porque os seus membros não cooperam e não vivem o espírito de comunhão e de equipe.
6 – A doença do Alzheimer espiritual. A de esquecer a “história da salvação”, a história pessoal com nosso Senhor, o “primeiro amor”. É uma diminuição progressiva das faculdades espirituais… Vemos isto nos que perderam a lembrança do seu encontro com o Senhor… Nos que constroem muros ao redor de si mesmos e se tornam cada vez mais escravos dos costumes e dos ídolos que esculpiram com as próprias mãos.
7 – A doença da rivalidade e da vanglória. Quando a aparência, as cores das roupas e as insígnias de honra se tornam o principal objetivo da vida… É a doença que nos leva a ser homens e mulheres falsos e a viver uma mística falsa e um falso quietismo.
8 – A doença da esquizofrenia existencial. É a doença dos que vivem uma vida dupla, fruto da hipocrisia típica dos medíocres e do progressivo vazio espiritual que os títulos acadêmicos não podem preencher. Criam assim o seu próprio mundo paralelo, onde deixam de lado tudo o que ensinam com severidade aos outros e começam a viver uma vida oculta e, com frequência, dissoluta.
9 – A doença da falação, da murmuração, da fofoca. É uma doença grave que começa com facilidade, talvez só para conversar, mas que se apodera da pessoa e a torna semeadora de cizânia (como Satanás), e, em muitos casos, assassina a sangue frio a fama dos colegas e dos irmãos. É a doença das pessoas covardes, que, por não terem coragem de falar na cara, falam pelas costas.
10 – A doença de divinizar os chefes. É a doença dos que cortejam os superiores, com a esperança de conseguir a sua benevolência. São vítimas do arrivismo e do oportunismo, honram as pessoas e não a Deus. São pessoas que vivem o serviço pensando só no que têm que conseguir e não no que têm que dar. Pessoas mesquinhas, infelizes e inspiradas só pelo seu egoísmo fatal.
11 – A doença da indiferença pelos outros. É quando todo mundo pensa só em si mesmo e perde a sinceridade e o calor das relações humanas. Quando os mais capacitados não põem os seus conhecimentos a serviço dos colegas com menos experiência. Quando, por ciúmes, se sente alegria ao ver que os outros caem, em lugar de levantá-los e animá-los.
12 – A doença da cara de enterro. A das pessoas rudes e sombrias, que consideram que, para ser sérios, é preciso pintar a cara de melancolia, de severidade, e tratar os outros, especialmente os considerados inferiores, com rigidez, dureza e arrogância. Na realidade, a severidade teatral e o pessimismo estéril são com frequência os sintomas do medo e da insegurança pessoal.
13 – A doença do acumular. Quando o apóstolo procura encher um vazio existencial no coração acumulando bens materiais, não por necessidade, mas simplesmente para se sentir seguro… O acúmulo só pesa e atrasa o caminho, inexoravelmente.
14 – A doença dos círculos fechados. Pertencer ao grupo se torna mais forte que pertencer ao Corpo e, em algumas situações, mais forte do que pertencer ao próprio Cristo. Também esta doença começa sempre com boas intenções, mas, com o passar do tempo, escraviza os membros e vira um câncer que ameaça a harmonia do corpo e pode causar muito dano, escândalos, especialmente aos nossos irmãos menores.
15 – A doença da ganância mundana, do brilho. Quando o apóstolo transforma o seu serviço em poder e o seu poder em mercadoria para conseguir benefícios mundanos ou mais poderes. É a doença de quem procura insaciavelmente multiplicar o seu poder e, para isso, é capaz de caluniar, difamar e desacreditar os outros, inclusive em jornais e revistas. Naturalmente, para brilhar e mostrar-se mais capaz que os outros.