Banco do Vaticano publica balanço e anuncia segunda fase da reestruturação
O Instituto para as Obras de Religião (IOR), erroneamente conhecido no passado como “o banco do Vaticano”, publicou hoje os resultados do balanço de 2013 e anunciou o final da Fase I da sua reestruturação, além de dar início à Fase II.
As metas conquistadas pelo IOR foram qualificadas como "positivas na primeira metade de 2014, com bons resultados econômicos”, embora o informe admita que “pesam nos números de 2013 os custos necessários para completar a Fase I e os relacionados com investimentos que são herança da gestão anterior”.
A Fase II, que integrará o IOR ao novo contexto econômico e administrativo do Vaticano, “será confiada a um novo conselho e a uma nova equipe de dirigentes” que “trabalharão em uma estrutura de gestão renovada”, informa o comunicado.
O presidente do Conselho de Intendência, Ernst von Freyberg, declarou que, “conforme decidido em maio de 2013, nós nos concentramos no objetivo de adequar o IOR à regulamentação financeira e torná-lo mais seguro e transparente, para que o Santo Padre possa ter mais opções no momento de decidir sobre o futuro do Instituto”.
O dirigente informou que o balanço foi redigido em conformidade com os princípios contábeis internacionais (IFRS) e submetido à revisão da Deloitte & Touche.
O comunicado precisa ainda que a prestação anual de contas de 2013 será publicada em 15 de julho no site do IOR (www.ior.va), acompanhada pela relação dos revisores.
O lucro do Instituto, de acordo com Freyberg, foi de 2,9 milhões de euros, menor que os 70 milhões registrados sem os custos da reestruturação. Figuram no informe diversos particulares do balanço, entre os quais um aumento de 8,3 milhões de euros devido “prevalentemente aos custos de 2013 relacionados com os serviços profissionais que foram necessários para a reorganização e reforma do Instituto”.
A Fase I do processo de reforma, iniciada em abril-maio de 2013, se apoiou em três bases: adequação aos modelos internacionais, esclarecimento sobre os clientes e transparência.
O relatório informa que foram encerradas as contas de 2.600 clientes não operativos e cancelado o relacionamento com outros 396 clientes, devido à restrição das categorias de clientes exclusivamente a instituições católicas. Com as revisões realizadas para completar todos os documentos identificativos dos clientes, foram bloqueados 1.329 clientes particulares e 762 clientes institucionais até fornecerem todos os seus dados faltantes.