Bento XVI fala sobre a verdadeira caridade, ligada a dignidade humana criada à imagem de Deus
O papa Bento XVI se encontrou com voluntários católicos da Europa e afirmou que o trabalho deles "não responde a todas as necessidades", mas que isso não deve "desencorajá-los". O Pontífice afirmou que os voluntários também não devem se "deixar seduzir pela ideologia que quer mudar o mundo segundo uma visão puramente humana", pois é "dever das autoridades públicas conhecer a apreciar essa contribuição, sem distorcê-la", argumentou.
Segundo Joseph Ratzinger, "o papel dos cristãos é agir na vida social, tentando torná-la mais humana, mais marcada pela liberdade autêntica, justiça e solidariedade". A verdadeira caridade é primeiramente "amar a Deus sobre todas as coisas" para amar ao homem, exercendo consequentemente a caridade, através da palavra e de possíveis "bens materiais". A dita caridade apenas destinada a ajuda materiais, não é a caridade católica, e sim a filantropia, que nada mais é, do que a ajuda do homem para o homem.
O voluntariado "é reconhecido universalmente como um elemento da cultura moderna", mas sua origem está na "preocupação cristã de salvaguardar, sem discriminação, a dignidade da pessoa humana criada à imagem de Deus".
"Se esta raiz espiritual é negada ou obscurecida por critérios puramente utilitários, pode colocar em risco o voluntariado católico, em detrimento de toda a sociedade", opinou o Pontífice.
Os voluntários católicos presentes estão no Vaticano para um encontro promovido pelo Pontifício Conselho Cor Unum, organismo da Santa Sé responsável pela coordenação da ação humanitária e solidária da Igreja.
Do encontro também participam parte dos bispos responsáveis pelas pastorais de caridade das conferências episcopais dos países europeus, além de representantes de organismos eclesiásticos nacionais e internacionais de voluntariado da União Europeia, provenientes de 25 países.
