Breve análise sobre as missas celebradas pelo Papa Francisco – Por Padre Jonas dos Santos Lisboa

Muito se tem questionado sobre as missas celebradas pelo Papa Francisco, pela sua brevidade e objetividade, no ritual litúrgico.

 

A missa do atual Sumo Pontífice talvez em algumas situações seja mais rápida por dois motivos. Primeiro porque as homilias dele são breves. Segundo porque ele não canta durante a missa.

Diz o adágio: "o Jesuíta nec rubricat, nec cantat". São Inácio, fundador dos Jesuítas, foi muito criticado pelos beneditinos, pois que privilegiou a evangelização ao canto do oficio divino em coro, ao contrário do que faziam todas as ordens religiosas. Francisco não deixou de ser um jesuíta.

Cada papa tem um estilo próprio e o Espírito Santo que foi prometido à Igreja e inspira ao Papa o seu modo de ser e agir. Afinal a escolha do papa não é escolha humana, Jesus falharia em suas promessas se ele deixasse a Igreja nas mãos de qualquer um. A escolha é pessoal de Jesus, que disse: estarei convosco TODOS OS DIAS… Jesus não abandona sua Igreja. Jesus também não escaparia as críticas, pois que a primeira missa que celebrou na quinta-feira santa, seguiu um ritual muito simples e parece ter privilegiado a pregação, principalmente atendendo aos pobres: ide e dizei a João o que vistes e ouvistes: os milagres acontecem e OS POBRES são evangelizados.

Ao falar sobre o juízo final Jesus diz que seremos julgados pelo que fizemos ou deixamos de fazer  em favor dos pobres com os quais Jesus se identifica: foi a mim que fizestes ou deixastes de fazer. São Paulo falando aos gálatas, 2,10, diz que foi recomendado a ele que não se esquecesse dos pobres. Então isso não é novidade.

Com relação ao apoio à missa tradicional, ficou bem claro que o Papa não faz restrições a esta missa. Pelo contrario. O Papa foi muito efusivo em seu encontro com Dom Rifan, o porta-bandeira da missa tridentina no Brasil, em seu encontro com ele, sabendo que ele era bispo da Administração Apostólica que tem como rito próprio a missa de S. Pio V. O Papa sempre foi e sempre será o doce Cristo na terra, para usar a expressão de S. Catarina de Sena, que viveu num tempo conturbado para o papado. Roma a nemine judicatur. Roma, ou seja, o Papa não pode ser julgado por ninguém. O Cardeal Mário Bergoglio intercedeu junto às autoridades locais para que os padres da FSSPX nao fossem expulsos da Argentina, mesmo sendo cismáticos e afeitos à missa em latim na forma antiga. Nós temos que confiar mais na Igreja e no papa.

Infelizmente reina em certos meios católicos um malfazejo espírito de desconfiança com relação à Roma e ao Papa. Ubi Petrus, ibi Ecclesia. Deus abençoe a todos! 

Padre Jonas dos Santos Lisboa é colaborador dos portais "Catolicismo Romano" e ´"Rádio Italiana". Pertence ao clero da Administração Apostólica São João Maria Vianney. Cursou Filosofia e Teologia no Seminário da Diocese de Campos dos Goytacazes. É titular da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida e São Fidélis, na cidade de São Fidélis, no Rio de Janeiro. Responsável pela celebração da Missa Tridentina, na forma extraordinária em latim, do rito romano, na Capela de Santa Luzia em São Paulo. Email para contato: contato@catolicismoromano.com.br