Cardeal Jorge Urosa, arcebispo de Caracas, pede sanidade nas relações entre os EUA e a Venezuela
O cardeal Jorge Urosa Savino, arcebispo de Caracas, descreveu como "inaceitável" que o governo norte-americano tenha declarado na segunda-feira a Venezuela como uma “ameaça incomum e extraordinária" à segurança nacional e fez um chamado à “sensatez” e à “sanidade” entre os dois países.
Em um comunicado, o cardeal disse que "esta afirmação é inaceitável pelas possíveis consequências que pode haver para todos os venezuelanos, não só para o Governo nacional".
Também considerou que é "deplorável" que, enquanto Cuba e os EUA normalizem as suas relações diplomáticas depois de mais de cinco décadas de luta, cresçam as diferenças entre Washington e Caracas.
Neste sentido, instou ambas as partes a começar negociações para "esclarecer a situação e dissipar uma escalada do conflito" bilateral.
Por fim, o Cardeal Urosa convidou todos os venezuelanos a "reafirmar nossa vontade de paz, a trabalhar pela união nacional, e a pedir a Deus que nos conceda superar esta hora difícil para a Venezuela".
O Arcebispo de Caracas fez estas declarações depois que o presidente Barack Obama assinou uma ordem executiva para punir sete funcionários venezuelanos, entre os quais há seis oficiais das forças armadas acusados de violações dos direitos humanos durante os protestos anti-governamentais que ocorreram no país em 2014.
Por seu lado, o Governo de Nicolas Maduro denunciou a medida como uma "agressão" à Venezuela da maior potência do mundo e alertou que estas ações geralmente são seguidas por uma intervenção militar.
Portanto, Maduro pediu à Assembleia Nacional poderes especiais para "enfrentar" as "ameaças" dos Estados Unidos.
O líder está convencido de que o país sul-americano está "enfrentando uma séria ameaça" e deu a ordem para "implementar todos os planos de defesa da Venezuela".