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Cardeal Müller: Falta de sacerdotes não pode ser superada ordenando homens casados

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O Cardeal alemão Gerhard Müller indicou em um recente programa que, embora em algumas regiões haja falta de sacerdotes, isso não significa que o problema possa ser superado apenas “com algumas atitudes práticas”, em referência à ordenação de homens casados ​​que será discutida na Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Amazônia.
 
O estudo sobre a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas em áreas remotas está no Instrumentum laboris, documento de trabalho do sínodo, publicado em 17 de junho de 2019. O encontro dos bispos será realizado em Roma, de 6 a 27 de outubro.
 
Durante o programa EWTN News Nightly, de 25 de julho, o jornalista Wyatt Goolsby perguntou ao prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé por que é “tão controverso” ordenar homens casados ​​em áreas remotas como a Amazônia, quando a Igreja permite em algumas circunstâncias especiais (como no caso dos anglicanos).
 
Ao responder a pergunta, o Cardeal Müller disse: “As condições para os sacramentos e especialmente para o sacramento da ordenação são as mesmas em todos os lugares. São necessários aqueles homens que estejam prontos, tenham preparação e estejam dispostos a oferecer sua vida para se converter nos sucessores dos apóstolos, a serviço de um bispo, ou um sacerdote, ou diácono. E, certamente, em algumas regiões há grande falta de sacerdotes, mas não podemos superar isso apenas com algumas atitudes práticas”.
 
O Prelado disse que o que deve ser feito é “aprofundar a missão e vocação”, porque Jesus “nos disse que nem sempre há operários suficientes nas vinhas do Senhor e devemos rezar para que o Senhor da colheita envie alguns operários para a Igreja neste serviço de bispos e sacerdotes ordenados”.
 
Durante a entrevista, o Cardeal Müller disse que o próximo sínodo deveria ter como base a “revelação de Deus em Jesus Cristo e a doutrina da Igreja Católica”, no entanto, existem algumas situações que lhe causam preocupação.
 
“Neste documento, não vi certas doutrinas sobre o Deus Uno e Trino e sobre a Encarnação; fala-se apenas a partir das experiências de pessoas que vivem na região do Amazonas ou das pessoas que falam da região do Amazonas e querem convertê-la em um novo paradigma para toda a Igreja. Isso não pode ser”, assinalou.
 
Finalmente, o jornalista perguntou ao Cardeal: “O que diria aos críticos que dizem que você deveria promover a unidade na Igreja neste momento e não necessariamente criticar o que o Santo Padre e os outros bispos estão fazendo?”.
 
O Cardeal Müller foi enfático e indicou que “não critica ninguém”.
 
“Eu não critico ninguém, mas devo dizer que sou responsável pela Doutrina da Igreja como todos os bispos. Ninguém pode dizer apenas seus próprios pensamentos e dizer que estamos fora de toda crítica possível, porque não temos o positivismo do Magistério, mas estamos dizendo que conta o Concílio Vaticano II, que fez com que toda a teologia, toda doutrina e a missão da Igreja se baseiem na Bíblia, na tradição apostólica e nas definições do Concílio que fizemos há muito tempo na história da Igreja”, concluiu.

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