Católicos eurocéticos do PIS vencem eleições na Polônia
O partido católico eurocético Direito e Justiça (PIS), do líder Jaroslaw Kaczynski, venceu as eleições na Polônia com 39,1% dos votos, informaram fontes locais nesta segunda-feira (26), reforçando a indicação de Beata Szydlo ao cargo de premier. A legenda de centro da atual primeira-ministra Ewa Kopacz, a Plataforma Cívica, que liderou o país por oito anos, conquistou 23,4% dos votos. No entanto, o PIS conseguiu números para formar um governo sozinho, com cerca de 242 cadeiras das 460 totais da Câmara dos Deputados, enquanto a Plataforma ficou com 133 postos na Casa.
O terceiro partido mais votado nas eleições foi o Kukiz'15 – que leva o nome do cantor que rock que o fundou –, o qual teve o apoio de 9% dos eleitores. Pela primeira vez na história da Polônia pós-comunista, nenhum partido de esquerda obteve o número mínimo de votos para entrar no Parlamento, de acordo com pesquisas eleitorais locais. A vitória do PIS nas eleições de ontem (25) na Polônia é mais um capítulo da virada nacionalista em vários países europeus, onde legendas contrárias às políticas imigratórias conquistam cada vez mais seguidores.
A economia da Polônia cresceu acima dos 3% ao ano na última década e conseguiu sair imune de crises financeiras locais, como a de 2009. No entanto, o bom desempenho das atividades econômicas não foi o suficiente para a Plataforma Cívica permanecer no poder. Cerca de 38 milhões de polacos ainda sofrem com instabilidade trabalhista e renda baixa, tema que foi altamente explorado pelo PIS durante sua campanha eleitoral. A legenda, que representa a parcela católica da população, propôs o aumento do salário mínimo e das taxas de impostos para os bancos.