“Chega de derramar sangue”, diz Papa Francisco a líderes do Sudão do Sul
Em sua reunião com autoridades do Sudão do Sul, o papa Francisco cobrou o fim das guerras e dos conflitos no país mais jovem do mundo.
“Senhor presidente, senhor vice-presidente, em nome de Deus, do Deus que rezamos juntos em Roma, o Deus brando e humilde de coração no qual muitas pessoas nesse país acreditam, é hora de dizer chega, sem ‘se’ e sem ‘mas’. Chega de sangue derramado, chega de conflitos, chega de violência e acusações recíprocas sobre quem comete o que, chega de deixar o povo sem paz, chega de destruição porque é hora de construção. Deixe se para trás o tempo da guerra e que surja um tempo de paz”, disse aos presentes.
O líder católico afirmou que os líderes políticos do país precisam entender que têm “responsabilidades maiores” e que é preciso “sempre servir à comunidade”. “A tentação, porém, que está sempre à espreita é a de servir apenas aos próprios interesses. Não basta só chamar o país de República, é preciso ser uma”, aponta ainda.
Cobrando a distribuição das riquezas de maneira justa para a população, Francisco destaca que a “democracia pressupõe, além de tudo, o respeito aos direitos humanos, protegidos pela lei e pela sua aplicação, e em particular a liberdade de exprimir as suas próprias ideias”.
“Acontece que é preciso lembrar que sem justiça não há paz, mas também sem liberdade não tem justiça. É preciso dar a cada cidadão e cidadã a possibilidade de dispor do dom único e irrepetível da existência com os meios adequados”, pontuou.
O pontífice ainda convidou os políticos do Sudão do Sul a “regenerar a vida social, como fontes límpidas de prosperidade e paz, porque os filhos deste país têm necessidade disso: de pais e não de patrões; de passos estáveis para o desenvolvimento e não de quedas contínuas; as gerações futuras honrarão ou cancelarão a memória dos seus nomes com base no que vocês vão fazer agora”.
“É tempo de virar a página e de um compromisso para uma transformação urgente e necessária. O processo de paz e de reconciliação pede um novo impulso”, acrescentou, ressaltando que o país precisa investir e atuar mais contra a corrupção e o tráfico de armas.