Com Papa, Via Sacra no Coliseu retrata problemas mundiais
Sob um forte esquema de segurança, o papa Francisco presidiu a Via Sacra, tradicional rito das celebrações de Páscoa, no Coliseu, em Roma. “Oh, cruz de Cristo, que possamos ensinar que o amanhecer do sol é mais forte que a obscuridade da noite, e que o amor eterno de Deus sempre vence”, escreveu o líder católico no Twitter momento antes de se dirigir ao Coliseu, postando também a foto de uma cruz com a imagem do monumento romano. Os dramas do mundo, como as guerras, episódios de violência, crises imigratórias provocadas por conflitos e pela fome, dominaram os exercícios espirituais da Via Sacra nesta Sexta-Feira Santa.
A cruz foi levada pelas 14 estações por prelados, laicos, religiosos e famílias de vários países, alguns dos quais o Papa visitará nos próximos meses, como Índia, Burkina Faso, República Democrática do Congo, Egito, Portugal e Colômbia. Na primeira e última estação, a cruz foi levada pelo cardeal e vigário de Roma, Agostino Vallini. Os textos de reflexão e de orações deste ano para cada uma das estações foram preparados pela teóloga francesa especializada na Bíblia Anne-Marie Pelletier, que venceu o Prêmio Ratzinger em 2004. Ela foi escolhida pelo próprio Francisco e é a primeira mulher a assinar os textos da Via Sacra no Pontificado de Jorge Mario Bergoglio, iniciado em 2013, e a quarta na história da Igreja. “Trata-se do nosso mundo, com todas suas quedas e dores, seus apelos e suas revoltas, tudo que grita em direção a Deus, hoje, das terras da miséria ou da guerra, das famílias dilaceradas, das prisões, das embarcações lotadas de imigrantes”, escreveu a francesa ao descrever o significado da cruz.
Antes da Via Sacra, o papa Francisco presidiu no Vaticano a tradicional Missa da Paixão do Senhor. Amanhã, Domingo de Páscoa, ele dará a benção Urbi et Orbi (“À cidade de Deus e ao mundo”).