Comissão tem como meta reformar o Instituto para as Obras de Religião, diz cardeal francês
O cardeal francês Jean-Louis Pierre Tauran afirmou que o objetivo da comissão criada nessa semana pelo papa Francisco é "reformar" o Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como Banco do Vaticano.
"O Banco do Vaticano, mesmo tendo suas especificidades, tem de ser reformado. E é este, claramente, o objetivo final da nova comissão pontifícia sobre o IOR", disse o cardeal em entrevista ao jornal La Repubblica.
"Nos próximos meses, trabalharemos com grande determinação, mas reservadamente, em silêncio, para delinear um quadro completo, claro e transparente que colocaremos a serviço do Santo Padre, a quem compete toda decisão final", explicou Tauran.
Segundo o cardeal, "será preciso individualizar o caminho certo para colocar o IOR nas melhores condições possíveis para beneficiar a vida da Igreja universal, mas sem fazer sensacionalismos". "Veremos o que emerge durante o nosso trabalho, mesmo se é indubitável que o objetivo principal do trabalho da comissão é chegar a uma reforma do IOR. É inútil esconder isso", destacou.
Na última quarta-feira, o Vaticano anunciou a criação de uma comissão presidida pelo cardeal Raffaele Farina, a qual irá recolher informações sobre o andamento do instituto e as apresentará ao Papa. Integrarão também o grupo o cardeal Jean-Louis Pierre Tauran, o monsenhor Juan Ignacio Arrieta Ochoa de Chinchetru, o monsenhor Peter Bryan Wells e a professora Mary Ann Glendon.
Coincidentemente, nesta manhã, três pessoas foram presas na Itália no âmbito de uma investigação sobre o IOR. O porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, porém, informou que a comissão não tem relação com essa investigação.