Descobertos os restos da igreja mais antiga do mundo na Jordânia
A coexistência de muçulmanos e cristãos na Jordânia não é recente. O país é de vital importância para a religião cristã por fazer parte do “berço do cristianismo”. Lá ocorreu boa parte dos relatos da Bíblia. Atualmente, residem no país 300 mil cristãos que também celebram o Natal.
Não é de estranhar, portanto, que nos últimos descobrimentos, os arqueólogos tenham encontrado relevantes vestígios que levam a pensar que a Jordânia foi uma importante terra de peregrinação cristã. No porto de Áqaba, a única saída jordaniana para o Mar Vermelho, foram achados restos do que se pensa que seja a igreja mais antiga do mundo encontrada até hoje. Os alicerces do edifício datam do final do século III ou do começo do IV d.C. Com orientação para o leste, trata-se de uma basílica com nave central e duas naves laterais. Detalhes como fragmentos de lâmpadas de óleo feitas de vidro indicam que o edifício foi construído especificamente como igreja. De cerca de 16×26 metros, a edificação tinha paredes de barro sobre alicerces de pedra e portas com arcos. Os corredores laterais e a nave parecem ter sido abobadados. Restos de pintura vermelha e preta estão conservados em uma das paredes, mas não há imagens claramente perceptíveis. Sete pedras em forma de escada indicariam que a construção tinha um segundo piso.
Além da descoberta em Áqaba, a Jordânia conta com outros grandes exemplos de edificações religiosas antigas. Entre elas, em Umm Qays, foi encontrada, também recentemente, uma basílica única de cinco naves do século IV. Umm Ar-Rasas é uma cidade murada retangular citada no Velho e no Novo Testamento, fortificada pelos romanos e depois adornada pelos cristãos locais com mosaicos de estilo bizantino. Na parte oriental, foram restauradas várias estruturas. Fora da cidade encontra-se a igreja de Santo Estêvão, com extraordinário piso de mosaico perfeitamente conservado. A dois quilômetros de Umm Ar-Rasas fica a torre antiga mais alta da Jordânia, com 15 metros de altura e usada como lugar de retiro pelos primeiros monges cristãos.