Discussão

Deus infunde em nós o seu amor, que não é um sentimento, mas uma pessoa da Santíssima Trindade

Paramentos Litúrgicos

Na primeira carta atribuída a João, nós lemos o seguinte: Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama, é gerado por Deus.

Lamentavelmente, o verbo amar, embora muitíssimo usado, nem sempre é compreendido no texto sagrado como o deveria ser. Aqui não se trata de um amor qualquer, de um amor de amizade natural; não se trata de um amor erótico. Trata-se aqui, de um amor de caridade. Ou seja, nós o recebemos de Deus mediante o seu Espírito Santo.

Deus infunde em nós o seu amor, que não é um sentimento, mas uma pessoa da Trindade. É o espírito de Cristo, o espírito do Pai.

Este Espírito Santo em nós torna-se a fonte do nosso amor. Este Espírito Santo leva-nos, em primeiro lugar, a amar a Deus com o próprio amor de Deus, com o próprio amor divino. Em segundo lugar, este espírito leva-nos a amar os nossos irmãos, aqueles com os quais convivemos na comunidade, na sociedade, como Deus quer que eles sejam amados.

Dito com outras palavras: quem assim age, permite que Deus ame aquela pessoa por seu intermédio, através da sua ajuda, do seu socorro, da sua delicadeza, da sua prontidão.

Daremos um exemplo: se uma pessoa está carente, Deus não vem diretamente ao seu auxilio imediato e concreto, mas vem ao seu auxílio, normalmente, por pessoas, ou através de pessoas, que manifestem o amor d’Ele.

Assim, por exemplo, se alguém sofreu um acidente, caiu por terra, Deus não o levanta, diretamente. Deus quer se servir de minhas mãos para levantá-lo. Se uma pessoa está triste e deprimida, normalmente Deus se serve de outras pessoas que estejam dispostas a manifestar àquele sofredor, o amor que provem de Deus.

É assim que nós devemos entender este texto. Não se trata de um amor humano, trata-se de um amor de caridade que vem de Deus.

Repito, é mais lógico e transparente dizer que estas pessoas se transformam em sinais, sacramentos do amor de Deus para com os seus irmãos; permitem que Deus as utilize nas mãos, na prontidão, no coração, na inteligência, para ir de encontro às necessidades do outro.

Isto significa amar, num patamar superior. Isto significa amar num patamar não meramente humano mas exclusivamente divino, permitindo, repito pela terceira vez, que Deus ame concretamente, ou manifeste concretamente seu amor, seu apreço aquela pessoa, por meu intermédio. E eu me torno desta maneira, veículo transmissor do amor de Deus.

Vivamos assim a essência do cristianismo, sem nos preocuparmos demasiadamente com o que é acidental. 

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