Devemos recordar que a absolvição dos nossos pecados custou a agonia, a paixão e a morte de Cristo
Neste texto falaremos sobre o inicio da primeira leitura que é o final da Carta aos Hebreus: Irmãos vós ainda não resististes até o sangue na luta contra o pecado.
Há muito que pedir a Deus diante dessas duas linhas que foram lidas. Nós gostaríamos imensamente que Deus nos desse a graça de compreendermos como foi Jesus até o sangue na luta contra o pecado que ele nunca cometeu; isto é, para nos libertar dos nossos pecados.
Dizendo de outra maneira, Jesus assumiu onerosíssimamente, Jesus assumiu dolorosissimamente os nossos pecados.
Quando alguém se aproxima de um confessionário, acusa-se de seus pecados e recebe absolvição, normalmente não se recorda do seguinte: aquela absolvição custou a agonia, a paixão, o total abandono e a morte de Jesus Cristo filho de Deus, por mim.
Aquela absolvição, aquele perdão, ele o arrancou do âmago da sua própria paixão.
Bem, se isto pode ser contemplado com a ajuda da graça, nós podermos dar um passo a mais e perguntar-nos o seguinte: o que já fizemos na luta contra o pecado; contra o pecado dentro de nós em primeiro lugar; em segundo lugar contra o pecado ao redor de nós, naquilo que se costuma chamar de estruturas de pecado nas quais nós nos inserimos.
É bem verdade que também lutamos até o sangue contra o pecado em nós e fora de nós? Houve cristãos e mártires que derramaram o sangue pela causa nobre do Evangelho e de Jesus. Mas já derramamos uma gota de sangue por Cristo?
Muitas vezes devemos confessar o contrário: não somos capazes sequer de vencer uma tentação; não somos capazes sequer de dizer não; um não definitivo; aquela parte pior de nós mesmos; aquelas trevas que ainda teimam em existir, perpetuar e se continuar dentro de nós.
Não! Decididamente, não fomos até o sangue. Não fomos e não somos ainda capazes de demonstrar um mínimo de generosidade ao Filho de Deus que nos tornou aptos a ingressarmos na vida eterna derramando o seu sangue por nós. Esta meditação deveria se prolongar na contemplação e quem sabe no pedido para que sejamos mais generosos na causa de Deus, que no final é a nossa causa também.