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DOUTRINA DEVE SER SEGUIDA: Não há abertura para uniões homossexuais na Igreja Católica, diz Vaticano

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“Não há ‘abertura’ para uniões entre pessoas do mesmo sexo”, esclareceu o secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, Arcebispo Giacomo Morandi, às pessoas e meios de comunicação que especularam sobre uma abertura da Igreja a estas uniões à raiz do livro “O que é o homem?”, da Pontifícia Comissão Bíblica.

Recentemente a Livraria Editora Vaticana publicou o livro “O que é o homem?” (“Che cosa è l’uomo?”), elaborado pela Pontifícia Comissão Bíblica, que faz parte da Congregação para a Doutrina da Fé, como um itinerário da antropologia bíblica.

No entanto, nos dias seguintes, várias pessoas e meios de comunicação disseram que neste livro havia uma abertura para uniões do mesmo sexo.

Uma dessas pessoas foi o sacerdote jesuíta James Martin, conhecido por seu apoio às uniões homossexuais. Em sua conta no Twitter, disse que “o novo estudo do Vaticano sobre a Bíblia analisa, entre outros temas, Sodoma (Gênesis 19) e Gabaa (Juízes 19). Nos dois casos, o estudo diz que o que se condena não é ‘uma transgressão sexual’, mas orgulho e agressão contra um estranho ou estranhos que precisam de ajuda”.

No entanto, na entrevista a Dom Morandi, o secretário da Congregação para a Doutrina da Fé lembrou que na Bíblia “não há exemplos de ‘uniões’ legalmente reconhecidas entre pessoas do mesmo sexo”. Portanto, “não há ‘abertura’ às uniões entre pessoas do mesmo sexo, como algumas pessoas afirmam erroneamente”, disse na entrevista publicada em 20 de dezembro em Vatican News.

Na entrevista divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, Dom Morandi explicou que o livro “O que é o homem?” busca ser “uma interpretação fiel de todas as Sagradas Escrituras sobre o tema antropológico”, por isso está baseado na narração do livro de Gênesis.

“O texto quer favorecer uma visão global do projeto divino sobre o homem, que começou com o ato da criação e que se realiza com o tempo, até que se cumpre em Cristo, o novo homem, que é a chave, o centro e o fim de toda história humana”, assinalou.

Nesse sentido, alertou sobre a “abordagem ideológica e parcial da antropologia” que quiseram dar à publicação e citou o número 185 do documento que afirma que “a instituição do matrimônio, constituída pela relação estável entre marido e mulher é constantemente apresentada como evidente e normativa ao longo da tradição bíblica”.

No entanto, “há algum tempo, especialmente na cultura ocidental, foram expressas vozes de discordância em relação à abordagem antropológica das Escrituras, tal como é entendida e transmitida pela Igreja em seus aspectos normativos: tudo isso se considera, com frequência, como um simples reflexo de uma mentalidade arcaica, historicamente condicionada”.

“Sabemos que várias afirmações bíblicas, no campo cosmológico, biológico e sociológico, foram consideradas obsoletas com a afirmação progressiva das ciências naturais e humanas. Nesse sentido, alguns afirmam que uma compreensão nova e mais adequada da pessoa humana imporia uma reserva radical sobre a valorização exclusiva da união heterossexual, em favor de uma aceitação análoga da homossexualidade e das uniões homossexuais como uma expressão legítima e digna de ser humana”, descreve Dom Monrandi.

Outros, indicou, erroneamente argumentam que “a Bíblia diz pouco ou nada sobre esse tipo de relacionamento e, portanto, já não deveria se considerar ilegais do ponto de vista moral”.

No entanto, reiterou, na Bíblia “não existem exemplos de ‘uniões’ legalmente reconhecidas entre pessoas do mesmo sexo” e “não há ‘abertura’ às uniões entre pessoas do mesmo sexo, como algumas pessoas afirmam erroneamente”.

A Igreja se abre para o divórcio?

Em outras interpretações incorretas que sugerem que a Igreja “se abre” ao divórcio, Dom Giacomo Morandi lembrou que “o ensino da Igreja, com o Código de Direito Canônico , já concede aos cônjuges que são validamente unidos pelo sacramento do matrimônio o direito de se separar em alguns casos particulares”, mas esclareceu que“ esse fato nunca significou legitimidade para o divórcio, também porque um sacramento do matrimônio validamente contratado permanece tal e nunca pode ser cancelado por qualquer outro ato. “

Ao contrário, explicou, é diferente quando existe a “hipótese em que o matrimônio é reconhecido como ‘nulo’ desde o início: é o caso daqueles que lidam com os processos de declaração de nulidade do matrimônio”.

“No entanto, às vezes, há situações em que a convivência entre os cônjuges se torna praticamente impossível pelas mais diversas razões. Nesses casos, a Igreja admite a separação física dos cônjuges e o fim da convivência”, descreve o Prelado, acrescentado que“ os cônjuges validamente unidos pelo sacramento do matrimônio não deixam de ser esposo e esposa diante de Deus e, portanto, não são livres para contrair uma nova união”.

Por fim, o secretário da Congregação para a Doutrina da Fé apontou que “a comunidade cristã é chamada a estar próxima dessas pessoas e ajudá-las a viver cristãmente suas situações”, conforme explicado no número 1649 do Catecismo da Igreja Católica, portanto “o documento da Pontifícia Comissão Bíblica é colocado exatamente nessa linha e certamente não ‘abre’ ao divórcio, como alguns, de uma maneira distorcida ou instrumental, acreditam ou gostariam”.

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