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EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS E DA MOCIDADE

Paramentos Litúrgicos

''As pessoas de sexo diferente, achando-se familiarmente juntas, são umas para as outras uma temível ocasião de queda. Toda a mãe inteligente o sabe, e tem cuidado de fazer evitar aos filhos esse escolho, que é o maior de tantas desgraças e de tantos crimes. Mas as mulheres cristãs não suspeitam, talvez, que uma criança possa, desde os primeiros anos, encontrar perigos nestas espécies de ligações. (…)

É evidente que, à medida que as crianças crescem, tornam-se mais necessárias estas precauções, e deve aumentar a vigilância. Como é que as mães o não compreendem? Quantas mulheres se têm arrependido, por não o terem feito? Não se veem por toda a parte, principalmente nos campos, correrem de uma parte para a outra, crianças ociosas, procurando ocasião de brincar com raparigas, que mães imprudentes abandonam à sua própria fraqueza!

Estas mães insensatas nada vigiam. 'Minha filha é um anjo', dizem elas, para justificar a sua criminosa e inexplicável negligência; como se grande número de anjos não tivessem caído do Céu, nas profundezas dos abismos; como se houvesse uma virtude bastante forte para arrostar impunemente tais perigos, e para ficar firme no meio de conversações frequentes e familiares, que se devem chamar, como lhes chama um santo doutor, o princípio da agonia da castidade!…

Estes jovens, dizem também, juntam-se porque andam tratando do casamento. Se eles se juntam e reúnem na presença dos pais pouco tempo antes de se casarem, ninguém pode condenar isso, contanto que os pais tenham cuidado de não deixar serem muito extensas as conferências, nem muito frequentes, porque essas visitas, mesmo nas melhores condições, não são isentas de perigo. Para que é mister conservar relações assíduas, durante muitos meses, e até mesmo durante anos, antes de efetuar o casamento? (…) Pois não será tão contrário às conveniências, como às regras da prudência cristã, deixar uma jovem conversar a sós com um mancebo, que pede a sua mão? Será jogando a sua alma, que essas criaturas podem preparar-se para o grande sacramento, que brevemente receberão, e para os terríveis encargos que lhes serão impostos? Expor-se a um perigo próximo de queda, não é para eles o meio de atrair a maldição divina? É para nós uma convicção profunda: se há tantas pessoas, para quem o estado de casamento é como um inferno antecipado, é porque antes dele se viveu no vício.

Quem nos dará expressões bastante fortes para pulverizar, como merecem, as reuniões de pessoas de diferente sexo, usadas em certas partes, tanto entre famílias, como em estabelecimentos públicos, em danças e em festas? E admite-se isto, no seio do cristianismo! É preciso dizê-lo com o coração confrangido, as danças mais perigosas, as que mais ofendem o pudor, penetraram até ao seio das nossas aldeias. A mocidade ama estas bacanais, e as crianças, sendo espectadores concebem desde logo o desejo e a esperança de um dia aí serem admitidas. Recusa-se a nossa pena a descrever as consequências destas festas mundanas, para que se escolhe de ordinário um dia de solenidade religiosa. Que profanação! Íamos a dizer, que sacrilégio! E quantas mulheres aí levam os filhos, ou permitem que eles vão!''


Pe. J. Berthier. ''A mãe segundo a vontade de Deus''. Edit. Tipografia Fonseca, Porto, 1927, 221-223

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