ESMOLARIA APOSTÓLICA: Como funciona o dinheiro que a Igreja Católica destina para a caridade
O dinheiro doado pela Igreja Católica vem da Esmolaria Apostólica, uma espécie de departamento no Vaticano inteiramente dedicado à solidariedade.
A ajuda aos mais pobres é uma prática que remonta aos primeiros séculos da Igreja e do próprio cristianismo, em que os primeiros sete diáconos, escolhidos pelos apóstolos de Cristo, tinham como tarefa distribuir as doações dos ricos.
Um documento oficial escrito em latim de Inocêncio 3º (1198-1216) menciona o cargo de “Esmoler” (Esmoleiro) como algo já existente. Mas, quem organizou oficialmente a Esmolaria Apostólica foi Gregório X (1271-1276), que estabeleceu suas atribuições.
Konrad Krajewski é o atual esmoleiro-oficial, espécie de secretário à frente do departamento. Ele é nascido na Polônia e radicado em Roma há mais de duas décadas.
Arrecadação dos fundos
Além das doações, uma parte dos fundos é angariada por uma espécie de “venda” de pergaminhos abençoados pelo Papa – em que se concede a Bênção Apostólica por meio de diplomas em papel pergaminho, os quais, para serem autênticos, devem ter a assinatura do próprio Esmoler e o selo seco de seu departamento.
Esses “documentos” são utilizados pelos fiéis como certificados para batismos, primeiras comunhões, crismas e casamentos. Além disso, são disponibilizados online, com preços de até 30 euros.
No entanto, a Benção Papal é totalmente livre de custos, cobrando-se apenas os custos de produção [pergaminho e carimbo] e um acréscimo destinado para caridade.