EUCARISTIA
É o sacramento pelo qual participamos, com toda a comunidade, do próprio sacrifício do Senhor na Cruz. Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, ligam-se à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam, pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa.
A Eucaristia significa e realiza a comunhão de vida com Deus e a unidade do povo de Deus. Une a ação, pela qual Deus santifica o mundo em Cristo, e o culto que prestamos a Cristo, no Espírito Santo, e por Cristo, ao Pai. Pela Celebração Eucarística já nos unimos à liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, quando Deus será tudo em todos. A Eucaristia é o resumo de nossa fé.
Os nomes que damos à Eucaristia:
1. Ação de Graças.
2. Ceia do Senhor: trata-se da ceia que o Senhor fez com seus discípulos na véspera de sua paixão, e da antecipação das bodas do Cordeiro na Jerusalém Celeste.
3. Fração do Pão: porque esse rito, próprio da refeição judaica, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como presidente da mesa, sobretudo por ocasião da Última Ceia. Quer dizer que todos comem do único pão partido, o Cristo, entram em comunhão com ele e já não formam senão um só corpo nele.
4. Assembleia Eucarística: porque a Eucaristia é celebrada na assembleia dos fiéis, expressão visível da Igreja.
5. Memorial da Paixão e da Ressurreição do Senhor.
6. Santo Sacrifício: porque atualiza o único sacrifício de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou também o santo sacrifício da Missa, "sacrifício de louvor", sacrifício espiritual, sacrifício puro e santo, pois realiza e supera todos os sacrifícios da Antiga Aliança.
7. Santa e divina Liturgia: porque toda a liturgia da Igreja encontra o seu centro e sua expressão mais densa na celebração desse sacramento; também chamado, nesse sentido, de Santos Mistérios. Também: Santíssimo Sacramento, porque é o sacramento dos sacramentos. Colocamos esse nome nas espécies eucarísticas guardadas no tabernáculo.
8. Comunhão: porque é por esse sacramento que nos unimos a Cristo, que nos torna participantes do seu Corpo e do seu Sangue para formarmos um só corpo. Também, nesse sentido, chamado de "as coisas santas", dando o primeiro sentido da "Comunhão dos Santos" do Credo.
9. Santa Missa: porque a liturgia na qual se realizou o mistério da salvação termina com o envio dos fiéis (missio) para que cumpram a vontade de Deus na sua vida cotidiana.
Encontram-se no centro da celebração da Eucaristia o pão e o vinho, os quais, pelas palavras de Cristo e pela invocação do Espírito Santo, tornam-se o Corpo e o Sangue de Cristo. Fiel à ordem do Senhor, a Igreja continua fazendo, em sua memória, até à sua volta gloriosa, o que ele fez na véspera de sua paixão. Ao se tornarem misteriosamente o Corpo e o Sangue de Cristo, os sinais do pão e do vinho continuam a significar também a bondade da criação.
Na Antiga Aliança o pão e o vinho são oferecidos em sacrifício entre as primícias (= primeiros frutos) da terra, em sinal de reconhecimento ao Criador.
No êxodo eles recebem um novo significado: os pães ázimos que Israel come cada ano na Páscoa comemoram a pressa da partida libertadora do Egito; a recordação do maná do deserto há de lembrar sempre a Israel que ele vive do pão da Palavra de Deus. Jesus instituiu a sua Eucaristia dando um sentido novo e definitivo à bênção do Pão e do Cálice.
Outros símbolos da Eucaristia são o milagre da multiplicação dos pães e a água transformada em vinho em Cana. Acolher na fé o dom da Eucaristia do Senhor é acolher a ele mesmo.
Vejam melhor a instituição da Eucaristia na própria Bíblia.
Leiam Lc 22,7-20; Mt 26,17-29; Mc 14,12-25; 1Cor 11,23-30; At 2,42-46.
Entre os primeiros cristãos, por exemplo, era principalmente no domingo, o dia da Ressurreição de Jesus, que os cristãos se reuniam "para partir o pão" (At 20,7). Ela continua sendo o centro da vida da Igreja.
O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício. "É uma só e mesma vítima, é o mesmo que oferece agora pelo ministério dos sacerdotes, que se ofereceu a si mesmo então na cruz. Apenas a maneira de oferecer é diferente."
Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo torna-se também o sacrifício dos membros de seu Corpo. A vida dos fiéis, seu louvor, seu sofrimento, sua oração, seu trabalho são unidos aos de Cristo e à sua oferenda total, e adquirem assim um valor novo. O sacrifício de Cristo presente no altar dá a todas as gerações de cristãos a possibilidade de estarem unidos à sua oferta.
No santíssimo sacramento da Eucaristia estão contidos verdadeira, real e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo.
A presença eucarística de Cristo começa no momento da consagração e dura também enquanto subsistirem as espécies eucarísticas. Cristo está presente inteiro em cada uma das partes delas, de maneira que a fração do pão não divide o Cristo.
Devido a esse tão grande mistério da presença de Cristo é que devemos fazer a genuflexão sempre que entramos e saímos da igreja, onde há o sacrário com a sagrada comunhão, e respeitarmos o ambiente da igreja. Devemos comungar sempre que participarmos da Santa Missa, se estivermos preparados. O católico é obrigado a ir à Missa todos os domingos, ou no sábado, quando não der no domingo.
Quanto aos frutos da comunhão: Ela aumenta a nossa união com Cristo, separa-nos do pecado, preserva-nos dos pecados mortais futuros, promove a união nossa enquanto Igreja, compromete-nos com os pobres, promove a unidade dos cristãos.
Quanto às partes da Missa:
A. Ritos iniciais: A procissão de entrada do padre e ministros, a saudação inicial do padre, comentários iniciais, ato penitenciai, glória, oração inicial.
B. Liturgia da Palavra: Uma leitura do Antigo Testamento, um salmo, uma leitura do Novo Testamento (no Tempo Pascal ambas as leituras são do Novo Testamento), a aclamação, o Evangelho, a homilia do padre, o creio, a oração da comunidade.
C. Liturgia eucarística: A preparação das oferendas, a oração sobre as oferendas, o prefácio, a oração Eucarística.
D. Rito da Comunhão: O Pai-nosso e orações complementares, a comunhão, a Ação de Graças, a oração após a comunhão.
E. Ritos finais: O canto final, a bênção, a despedida do padre.