Eucaristia na mão ou na boca?
Entre os abusos que se introduziram na liturgia que consistiu, na "fabricação" de uma Nova Missa — um desses abusos foi o de dar a comunhão na mão.
A princípio, se determinou que seria possível dar a comunhão na mão, para quem preferisse assim. Era uma concessão e uma exceção. Depois, se instituiu, — por vezes aos gritos — que a comunhão só podia ser dada a quem ficasse de pé, e recebesse a comunhão na mão. Por vezes, impondo aos gritos esse abuso. Outras vezes, impondo-o "suavemente", em nome da "obediência".
Quem insistia em comungar de joelhos era bem maltratado. Por mérito temos ainda a determinação da Santa Sé que diz ser um direito do fiel receber a comunhão de joelhos e na boca. Alguns padres, infelizmente, se acreditam donos da Missa e da liturgia, assim como senhores da lei.
Que comungar na boca é mais perfeito, é evidente, pois evita muitas possibilidades de sacrilégio, pela perda de partículas consagradas, já que Nosso Senhor está inteira e realmente presente, com seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade, em qualquer partícula da Hóstia Consagrada. Além disso, receber a comunhão na mão facilita o roubo de Hóstias consagradas, para serem usadas em cerimônias satânicas, a fim de serem propositalmente profanadas. E isso não é tão incomum.
A razão profunda pela qual se forçou, contra o costume e contra o que a Igreja determinara, a recepção da comunhão na mão, foi que isso sugeria que não há diferença entre a mão do sacerdote e a mão do simples fiel.
Queria-se dar a entender que o fiel é igual ao padre, ou pior, que o padre é igual ao fiel, que "o padre é um homem como qualquer outro. O padre não é um homem "como qualquer outro". O sacerdote é um homem que tem, na alma, a marca indelével de sacerdote de Cristo, e de sacerdote "in aeternum". Desse erro de querer considerar o sacerdote como um simples homem, e "como qualquer outro", se pretende tirar duas conseqüências péssimas: 1) Se o padre é igual a qualquer pessoa, qualquer pessoa poderia rezar a Missa.
Daí a proliferação, abusiva, de ministros e ministras da Eucaristia, as chamadas Missas secas ou celebrações dominicais sem padre, o fazer até mulheres ler a Epistola e o Evangelho, etc.
2) Segunda conseqüência lógica, se o padre é "um homem como outro qualquer", porque o padre não pode ter… sogra, porque o padre não pode casar como "um homem qualquer"?
Exatamente porque o padre não é um homem qualquer.
Voltemos à sua pergunta: porque é melhor receber a comunhão na boca?
É melhor receber a comunhão sobre a língua, porque a língua é o órgão da palavra, e Cristo é o Verbo, a Palavra de Deus encarnada. Nada mais próprio, então, do que receber o Verbo de Deus encarnado, presente realmente na hóstia consagrada, sobre a língua, que deve ser órgão da verdade. E Cristo é a Verdade.
Nossa língua deve ser o trono da Verdade encarnada, Cristo, Deus e Homem, assim como o trono da verdade comum.
Se a mão é o meio que normalmente se usa para fazer as coisas, a língua é o órgão que expressa o pensamento. Ora, o pensar é superior ao fazer, e portanto a língua é mais nobre que a mão.
Alguém poderia dizer que São Tiago (Ep.de São Tiago, III) previne contra os pecados cometidos pela língua, as mentiras, as murmurações, as calúnias e as heresias que a língua pode exprimir, e que levam mais à perdição do que as obras das mãos. A língua , lembra São Tiago, é capaz de bendizer a Deus e de maldizer do próximo (Cfr. Tg. III, 9). Por isso mesmo, então, a língua é mais nobre, porque só o que é capaz do pior é capaz do melhor. E se a língua é órgão mais fácil para pecar, ela é que precisa de mais remédio.
A princípio, dava-se a comunhão na mão, mas os abusos que isso permitia fizeram a Igreja logo mudar a forma de recepção da Hóstia consagrada, determinando que ela fosse dada na boca. Creio que já no século IX, um Concílio, em Reims proibiu que fosse dada a comunhão na mão.
Por tudo isso, sem desrespeitar o sacerdote, receba a comunhão sempre na boca, e estando você de joelhos, para expressar claramente a fé na presença rela de Cristo na Eucaristia. Isso é um direito do fiel, como ainda o Papa Bento XVI reconheceu a Santa Sé.
Mas diante das tempestades que ocorrem, sofremos grandes turbulências e não sei se futuramente a determinação da Santa Sé se manterá firme.
Rezemos!