Foi Deus, diz dona de casa escolhida para receber o Papa em favela do Rio de Janeiro
A dona da casa visitada pelo papa Francisco na manhã desta quinta-feira (25) na favela de Varginha, que fica no complexo de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro, disse que sua residência foi escolhida por Deus para receber o pontífice. "A minha casa não foi escolhida porque eu sou católica, porque eu tenho um trabalho [social] ou porque eu sou uma mãe exemplar. Se me escolheram, não foi ele [o papa], foi Deus", afirmou Maria Lucia Santos Penha, paraibana de Campina Grande que mora no Rio há 38 anos.
Segundo Maria Lucia, a expectativa era grande e a família inteira se reuniu na casa dela. Sete famílias da comunidade haviam sido pré-selecionadas para receberem Francisco. "Ele entrou de forma tranquila, cumprimentou todo mundo e deu a benção. Foi tudo muito natural. Não tive nenhum receio, pois sei que ele representa nosso Deus aqui na terra", disse. "Ele é o pastor de todos."
Francisco ficou na residência por aproximadamente 20 minutos e, antes de sair, rezou uma Ave Maria. O papa Francisco chegou por volta de 10h50 à favela. Na comunidade, antes de discursar, fez uma breve oração em uma pequena capela, chamada São Jerônimo Emiliani, e, sob garoa, caminhou entre fiéis.
O pontífice ganhou de um fiel uma faixa do San Lorenzo, seu time de futebol de coração, de Almagro, na região metropolitana de Buenos Aires. Ele também foi presentado com um colar de carnaval, o qual chegou a usá-lo por alguns minutos.
A presença de Francisco provocou comoção da comunidade. Muitos fiéis choraram após serem abençoados pelo papa. Os presentes se amontavam na tentativa de se aproximar do pontífice, que ficou cercado por vários seguranças.
O trajeto entre a prefeitura, onde mais cedo ele recebeu as chaves da cidade e abençoou a bandeira olímpica, até a comunidade, foi feito em carro fechado. Durante todo o tempo Francisco manteve a janela aberta. Ao aproximar-se da comunidade, o pontífice embarcou no papamóvel, cumprimentou fiéis e abençoou várias crianças e idosos. Apesar do frio e da chuva, muitos fiéis se aglomeram nas ruas pelas quais a comitiva papal circulou até chegar à favela.