FRANÇA, SÍMBOLO DA LAICIDADE, TRABALHA PARA O TRIUNFO DO ANTICRISTO
Com a "cruz deixada de lado", igrejas católicas vazias, a França é símbolo evidente da laicidade. Sem Cristo nada se sustenta e o país europeu virou alvo preferencial dos terroristas, justamente pela sua "neutralidade" religiosa.
Em quase dois anos, a França sofreu quatro ataques mortais reivindicados por grupos extremistas e que fizeram dezenas de mortos e centenas de feridos.
O último atentado dois homens armados com facas fizeram reféns um padre, duas freiras e dois fiéis em uma igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, na região da Normandia, norte da França. O padre, Jacques Hamel, de 84 anos, foi morto. O Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado, que terminou após a polícia matar os dois terroristas.
Esses atentados, cujo caráter espetacular ou inédito marcaram os espíritos, como o ataque com um caminhão em Nice, também foram acompanhados de várias tentativas frustradas.
Algumas características do Estado Laico, pode ser compreendida melhor em argumento do Papa Emérito Bento XVI.
“Contudo, a despeito desse profundo interesse por todos os problemas políticos, o período do Iluminismo não deu origem uma nova filosofia política. Estudando as obras dos mais famosos e influentes autores, somos surpreendidos pelo fato de nelas não se encontrar qualquer teoria completamente nova.”
No Sahel ou no Oriente Médio, a França está na linha de frente na luta contra grupos extremistas. É o segundo maior contribuinte para as operações aéreas da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos contra o grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria.
Para o historiador de religiões Odon Vallet, a laicidade "à la francesa", que levou à proibição do véu islâmico nas escolas francesas em 2004 e nas ruas em 2010, também pode ser um poderoso veículo de motivação.
"Para eles, a laicidade à la francesa é incompatível com o Islã", diz ele.
A visão francesa da liberdade de expressão, que permite uma crítica mais ampla da religião, também colocou o país no visor dos extremistas. Os ataques contra a redação da revista satírica Charlie Hebdo em janeiro de 2015 foram realizados em resposta à publicação de caricaturas do profeta Maomé.
Cinco milhões de muçulmanos vivem na França, país que abriga as maiores comunidades muçulmana e judaica na Europa. Esta última foi especialmente visada por ataques. O risco de tensão ou conflito é mais aparente na França do que em outros países europeus.
Apesar dos esforços para a sua integração em um país predominantemente católico (aliás, diga-se um falso e anêmico catolicismo), os muçulmanos estão sujeitos a muitas formas de discriminação, especialmente no momento de procurar emprego, minando a sua integração.
Para o sociólogo Raphaël Liogier, "a França é o país onde há mais frustração em relação ao debate sobre o Islã."
"A terceira causa é a História", estima Odon Vallet, lembrando que o tratado de Sèvres de 1920 suprimiu o Império Otomano. "Em sua história colonial, a França é considerada um dos principais inimigos do Estado islâmico", explica.
Centenas de extremistas de língua francesa
Muitas pessoas de língua francesa – cerca de 600 franceses, mas muitos tunisianos, marroquinos, etc – se juntaram ao EI no Iraque e na Síria.
"Eles têm a capacidade de retornar muito facilmente ao nosso território", observa o chefe da Direção-Geral de Segurança Interna (RPS), Patrick Calvar.
"Os alvos são muitos e os terroristas atacam onde é mais fácil", diz.
O suposto organizador dos ataques de 13 de novembro em Paris, o belga Abdelhamid Abaaoud, inspirou-se no conflito na Síria através de vídeos das atrocidades cometidas pelos extremistas.
Para as autoridades políticas e policiais, a França é agora o país mais ameaçado por ataques. Essa ameaça surge num momento de enfraquecimento do executivo socialista, com a aproximação da eleição presidencial a ser realizada em 2017.
O presidente François Hollande dispõe de uma fraca maioria na Assembleia Nacional e continua a ser um dos chefes de Estado mais impopulares da França.
O enfraquecimento do poder político, do qual os extremistas poderiam tirar proveito, atinge como em outros países europeus todos os partidos tradicionais, rejeitados por uma população que ainda luta com os efeitos da crise econômica. O populismo está em ascensão e, a cada eleição, local ou nacional, a extrema-direita está crescendo.
O Estado laico, portanto, é péssimo e muito adequado aos planos do tentador.
O mundo moderno trabalha para o triunfo do Anticristo.