Freira italiana é morta no Haiti; Papa presta solidariedade
A freira italiana Luisa Dell’Orto, de 64 anos, foi morta em um ataque armado em Porto Príncipe, no Haiti, onde trabalhava há 20 anos.
Segundo relatos da arquidiocese milanesa, Irmã Luisa foi alvo possivelmente de uma tentativa de roubo enquanto estava na rua. Gravemente ferida, a religiosa chegou a ser levada para o hospital local, mas não resistiu e faleceu dois dias antes de completar 65 anos.
Recentemente, Luisa havia escrito uma carta aos seus parentes e conhecidos da cidade de Lomagna, em Lecco, expressando sua preocupação pela situação de violência geral no país caribenho.
Na comunidade da região, a notícia de sua morte gerou dor e perplexidade. O papa Francisco expressou sua “proximidade” aos familiares e às irmãs da religiosa.
“Desejo expressar minha proximidade aos familiares e irmãs de Lúcia Dell’Orto, irmãzinha do Evangelho de Charles de Foucauld, assassinada neste sábado em Porto Príncipe, capital do Haiti”, disse o Pontífice.
Jorge Bergoglio lembrou que “há 20 anos a Irmã Luisa vivia lá dedicada acima de tudo ao serviço das crianças de rua”. “Confio sua alma a Deus e rezo pelo povo haitiano, especialmente pelos pequenos, para que possam ter um futuro mais sereno, sem miséria e sem violência. A Irmã Luisa fez de sua vida um dom para os outros até ao martírio”, concluiu.
Irmã Luisa nasceu em Lomagna em 27 de junho de 1957. Depois de cursar o Liceu Cientifico de Lecco, em 1984 se formou em História e Filosofia. No mesmo ano entrou na Congregação das Irmãzinhas do Evangelho de Lyon. Em 1987 partiu para os Camarões: viveu em Salapombe, numa floresta, entre os pigmeus Baka, até 1990. Neste meio tempo, estabeleceu-se em Lomagna o Grupo Missionário para apoiar esta população. Em 1994 obteve a licenciatura em Teologia na Suíça. De 1997 a 2001 foi missionária em Madagascar, onde lecionou Ética Geral e Especial em várias atividades pastorais.
Ela era missionária no Haiti desde 2002, onde também lecionava História da Filosofia e Doutrina Social da Igreja, além de ser membro do conselho editorial de uma revista local. Das Pequenas Irmãs do Evangelho de Charles de Focauld, a religiosa era o pilar da Kay Chal, ou seja, “Casa Carlo”, construída em um subúrbio muito pobre de Porto Príncipe, graças aos fundos arrecadados pela Caritas Italiana com a grande coleta realizada em 2010, promovida pela Conferência Episcopal Italiana (CEI).