GRAVES ABUSOS LITÚRGICOS: “O Sagrado está perdendo lugar para o Microfone”
A Santa Missa é o que existe de mais sagrado na Igreja Católica. São João Paulo II nos ensinava que “a Missa torna presente o sacrifício da cruz”, ou seja, a liturgia é a atualização do Sacrifício de Jesus, portanto na missa estamos diante do próprio de Jesus Cristo no Calvário.
É através da liturgia da missa que nos é dado o que há de mais precioso na face da Terra, a Santíssima Eucaristia, que merece de nós o maior respeito e adoração. Esse respeito é demonstrado principalmente pela forma que lidamos com a liturgia, desde a preparação dos objetos litúrgicos, paramentos, e de maneira especial nosso comportamento.
O que está acontecendo é que cada dia mais observamos sacerdotes que, talvez por receberem formação insuficiente e precária, muitas vezes ignoram partes importantes das instruções presentes nas rubricas do Missal Romano. Essas rubricas indicam como o rito deve acontecer, inclusive gestos e posições que o sacerdote precisa seguir para celebrar bem o rito da missa.
Desde que o Santo Sacrifício passou a ser realizado com o celebrante voltado de frente para o povo, e não mais de frente para Deus, que ficava no sacrário localizado no centro do altar, o personagem principal da celebração passou a ser, aos olhos do povo, o próprio sacerdote e não mais a liturgia por ele celebrada, o que exige uma atenção maior do padre para que o foco do povo seja na liturgia e não nele próprio.
“Olhando as missas, sobretudo pelas redes sociais, uma observação:
Como é feio e inapropriado o celebrante fazendo as orações litúrgicas agarrado a um microfone.
O que seria um gesto antiquíssimo: as mãos abertas em forma de cruz e de súplica, recordando o Cristo Sumo e Eterno Sacerdote da nossa fé, torna-se nada, apenas uma caricatura: uma mão espalmada, aberta para nada, porque a outra está agarrada ao microfone… O gesto litúrgico desaparece, minado por essa conduta imprópria, errada mesmo.
O máximo do erro é na consagração: segura-se o Corpo e o Sangue do Senhor com uma só mão para não largar o principal, o centro: o microfone!
Muito melhor o gesto inteiro, mesmo sem microfone algum. Afinal, as orações são dirigidas ao Senhor Deus em nome do Povo Santo e não dirigidas às pessoas, de modo que se tenha que destruir um gesto litúrgico, contanto que se escute a qualquer preço a voz do celebrante. Trata-se de uma inversão de valores e de prioridades…
E pensar que tudo se resolveria com uma base para sustentar o bendito microfone ou, no limite, com um acólito sustentando-o…
Perdemos a noção do sagrado, esquecemos o sentido dos ritos… Está ficando tudo reduzido ao mínimo denominador comum da funcionalidade, da praticidade, da utilidade, da popularidade pastoral.
A descida ainda será longa, bem longa… Que pena!”