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Igreja não pode ser democrática, diz secretário do Vaticano

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O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, afirmou que, na estrutura da Igreja Católica, o poder é "indivisível", motivo pelo qual as decisões não podem ser tomadas pela regra da maioria.

 

Bertone foi acusado nos últimos dias de ser o responsável, junto com o diretor do jornal católico L'Osservatore Romano, Giovanni Maria Vian, pelo vazamento de documentos que levou à renúncia, no ano passado, do então diretor do periódico Avvenire, Dino Boffo.

 

Há a suspeita de que o caso teve origem em uma disputa interna na Igreja Católica, protagonizada pela Secretaria de Estado do Vaticano e pela antiga presidência da Conferência Episcopal Italiana (CEI), à qual pertence o Avvenire.

 

Durante um discurso pronunciado hoje em uma universidade na Polônia, onde recebeu o título de Doutor Honoris Causa, Bertone lembrou que "a democracia, como qualquer sistema constitucional, é uma estrutura de poder".

 

O cardeal advertiu, porém, que esta "dinâmica de poder", transferida ao "âmbito eclesiástico", torna-se "radicalmente equivocada". Segundo ele, isto ocorre porque, na Igreja, a "relação estrutural" entre a hierarquia e o "povo de Deus" não pode ser estabelecida "em termos de divisão de poder".

 

"No interior da Igreja, o problema de uma necessária e ordenada divisão de competências nunca pode coincidir, como ocorre no âmbito estatal, com o problema da posse de uma porção maior ou menor de poder, porque o poder não é divisível", ressaltou o secretário de Estado.

 

Para ele, uma Igreja que baseie "suas decisões somente em uma maioria se torna uma Igreja puramente humana, onde a opinião substitui a fé".

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