Jesus Cristo exigiu radicalidade. Sejamos radicais em nossas vocações
Jesus Cristo foi narrado e recordado como aquele que exigiu radicalidade. De alguém que foi chamado, Ele ouviu o seguinte: “Deixa primeiro que eu vá enterrar o meu pai”. Notemos todos; a expressão “enterrar o pai” não deve ser tomada ao pé da letra.
Enterrar o pai significa prestar ao pai, já idoso, todo o auxilio, todo o socorro e toda a prestação que um filho pode e deve fazer, de acordo com o quarto mandamento da lei de Deus. Pois bem, qual é a resposta de Jesus?
“Deixa que os mortos enterrem seus mortos, ou seja, deixa que os mortos espirituais enterrem seus mortos corporais. Tu vens e anuncia o Reino de Deus a um outro também chamado.”
“Permita-me ao menos despedir-me dos meus familiares”. E de resposta ouviu: “quem coloca a mão no arado, e olha para traz, não é digno de mim”. Jesus era assim recordado, por aqueles que ouviram estas palavras radicais pela primeira vez, e as foram transmitindo. Tal era a impressão que lhes causou, como alguém que não aceitava delongas.
E sob este aspecto, Jesus toma uma atitude bem diferente daquela que nós conhecemos, relacionada com Elias e Eliseu. Elias também certa vez chamou a Eliseu para entrar no seu seguimento, mas permitiu a Eliseu despedir-se de seus familiares.
Jesus é radical; Jesus exige radicalidade e, quero dizer, a radicalidade não é sinônimo nem de vocação sacerdotal, nem de vocação consagrada ou religiosa. Radicalidade é o apanágio de qualquer vocação cristã; de qualquer chamamento cristão. O que Jesus não tolera, e a respeito do que pronunciou uma palavra devastadora no livro do Apocalipse, é com relação àqueles que não são nem frios nem quentes. É com relação àqueles que põem sim a mão no arado, mas olham constantemente para traz; é com relação àqueles que, embora estejam caminhando para frente, tem os faróis ligados para traz. Estes Jesus normalmente não deseja.
Saibamos ser radicais. Até mesmo quem escolheu a vida matrimonial, até mesmo quem buscou uma profissão deste mundo, tem que ser radical no que diz respeito a Deus. Sim, existe radicalidade em todos os estados de vida, e a primeira coisa a se fazer é buscar, através da oração pessoal, demorada, tendo invocado o Espírito Santo, conhecer qual o meu lugar; o que Deus deseja que eu atualmente realize em minha vida, na sociedade onde vivo, em minha profissão e, se tenho fé, em minha comunidade também.
É aí que Ele haverá de apontar a maneira de ser seu servidor radical; é aí que ele haverá de apontar a maneira de ser apóstolo e missionário, ainda que tenhamos escolhido a profissão ou um estado de vida não consagrado e não sacerdotal.
Este texto evangélico fala de 3 vocações, e não deve ser aplicado apenas à vida religiosa ou sacerdotal, ela é aplicada a qualquer vocação cristã. Seja o que for, no final de nossa existência, seremos examinados a respeito da radicalidade da nossa escolha, e de nosso empenho com relação a Jesus Cristo e Seu Evangelho.