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Jornal do Vaticano chama Saramago de “joio em meio ao trigo”

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O jornal L'Osservatore Romano, de propriedade do Vaticano, definiu o escritor José Saramago, morto na Espanha, como "um homem e um intelectual de nenhuma convicção metafísica, permanecendo até o último momento em sua crença teimosa no materialismo histórico, ou melhor, no marxismo". As informações são do jornal italiano La Republica.

O artigo, chamado "A (suposta) onipotência do narrador (L'onnipotenza (presunta) del narratore)", também diz que Saramago se colocou "lucidamente na parte do joio em meio ao campo de trigo do Evangelho".

O escritor, ainda de acordo com o artigo, se declarava "insone" ao pensar sobre as Cruzadas ou a Inquisição, mas esquecia de se lembrar dos gulags (campos de trabalhos forçados do regime soviético), dos genocídios e dos samizdat, tentativas de burlar a censura cultural nos países da Cortina de Ferro.

A obra mais conhecida de Saramago, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, foi definida pelo jornal como uma "afronta à memória do cristianismo da qual não há o que salvar", em que Jesus "dirige o mundo com um poder sem misericórdia".

 

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