Jornalista Erika Barreto Fonseca: Papa defende partilha da riqueza em tempos de crise
Bento XVI lançou um apelo à partilha da riqueza com os mais necessitados, num momento de crise económica e social que atinge vários países em todo o mundo.
“Deus pode conquistar o coração de uma pessoa que possui muitos bens e levá-la à solidariedade e à partilha de bens com quem é necessitado, com os pobres, a entrar na lógica do dom”, disse o Papa, após a recitação da oração do Angelus, perante milhares de pessoas, na Praça de São Pedro, Vaticano.
Partindo de uma passagem do Evangelho segundo São Marcos, relativa à dificuldade de um rico “entrar no Reino de Deus”, Bento XVI disse ser possível contrariar o apego “aos muitos bens”.
“A história da Igreja está cheia de exemplos de pessoas ricas que usaram os próprios bens de modo evangélico, chegando também à santidade”, acrescentou, dando como exemplo São Francisco de Assis ou Santa Isabel da Hungria.
O Papa saudou os participantes neste momento de oração em várias línguas, pedindo que os católicos tenham a coragem de fazer mais “especialmente pelos pobres, os sós, os doentes e os que sofrem”.
Poucos dias após o início do Ano da Fé (outubro de 2012-novembro de 2013), nos 50 anos do Concílio Vaticano II (1962-1965), Bento XVI deixou votos de que os fiéis saibam viver sem receio de “proclamar” as suas convicções.
A este respeito, o Papa recordou que no sábado foram beatificados, na república Checa, Federico Bachstein e 13 companheiros franciscanos, mortos em 1611 por motivos religiosos.
“São os primeiros beatos do Ano da Fé e são mártires, recordam-nos que acreditar em Cristo significa estar dispostos também a sofrer com Ele e por Ele”, concluiu.