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LITURGIA – PALESTRA MINISTRADA PELA CATEQUISTA MÔNICA ROMANO

Paramentos Litúrgicos

Palestra elaborada por Mônica Romano – catequista de Belo Horizonte – MG

Tópicos:

  • O que é liturgia?
  • A liturgia e as primeiras comunidades cristãs
  • Liturgia na História
  • Movimento litúrgico
  • Concilio de Trento
  • Concilio Vaticano II
  • Sacrosantum Concilum
  • Missa Tridentina X  Novos Ordos
  • Celebração de hoje, inculturação
  • Liturgia do pode, não pode
  • Gestos litúrgicos
 
 
O que é liturgia?
A palavra "liturgia" significa originalmente "obra pública", "serviço da parte do povo e em favor do povo". O  povo de Deus toma parte na "obra de Deus". Pela Liturgia, Cristo, nosso redentor é sacerdote, continua em sua Igreja, com ela e por ela, a obra de nossa redenção.

Liturgia é Páscoa. Não uma mera encenação da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. É muito mais. Exige a participação de todos os fiéis batizados no Espírito Santo.

Liturgia é um tesouro, é fonte de benção e salvação que poucos sabem apreciar e aproveitar.

Há algumas pessoas que simplesmente vêem, sentam e cumprem um preceito, não tomam parte, não participam. Não entendem que cada gesto, palavra pronunciada tem vida, tem um motivo.

Alguns observam os outros e “repetem” tudo o que eles fazem, às vezes de forma incorreta.

Liturgia também é um rito. Que tipo de rito? Quando Deus libertou seu povo do Egito, houve um ritual, as famílias se reuniram em suas casas, prepararam um cordeiro, com o pão ázimo, e ervas amargas, tingiram com o próprio sangue do cordeiro suas portas, poderíamos até imaginar que este sinal fosse uma cruz, é o que geralmente usamos para marcar um determinado local. Comeram a ceia, estavam selados, protegidos. Na outra manhã, atravessaram o Mar Vermelho a pés enxutos rumo ao deserto.

Os judeus , fazem lembrança a esta salvação até os dias de hoje, é a Páscoa Judaica, é celebrada uma vez por ano, tudo igualzinho, o cordeiro, as ervas , o pão, eles se transportam para aquele acontecimento. Não se trata de encenar, se trata de reviver, de trazer para o presente aquele acontecimento do passado. É um rito.

Nós cristãos também temos uma Páscoa, e ela é celebrada todos os dias, em especial aos domingos.

Assim como os judeus, nós também vivenciamos este acontecimento. Cristo, em sua última noite, reunido com sua família, os apóstolos, cumpria este ritual, esta lembrança, e é assim que Ele queria que recordássemos, vivenciando estes momentos, estes mistérios da salvação. Utilizando alimentos da mesa, Ele nos apresentou Seu Corpo, Seu Sangue, e pediu que fizéssemos isso em Sua Memória.

Trata-se de uma Nova Aliança, um Novo Sacrifício, uma Nova Páscoa.

Um novo rito foi estabelecido. Uma Nova Páscoa.

A Liturgia  nas primeiras comunidades cristãs

Como nos narram os Evangelhos, o Livro dos Atos dos Apóstolos, os apóstolos seguidores de Cristo, ficaram com medo, sem coragem, não acreditavam que tudo tinha acabado daquela forma.

Esconderam-se  no Cenáculo, até que Maria Madalena trouxesse a Boa Nova, a Boa Notícia, a Ressurreição de Cristo. Eles ganharam novo ânimo, uma nova esperança.

Assim como é narrado na Bíblia, Jesus ficou com eles por um período, prometeu o Paráclito, o Espírito Santo que os acompanharia até o fim dos tempos.

Com a ascensão de Cristo ao Pai, o Espírito Santo desce sobre os apóstolos. Nasce a Igreja, e como ela a Missão de Levar a Boa Nova a todos os cantos do mundo.

Não nos esqueçamos que os apóstolos eram judeus, mesmo Paulo, apóstolo dos gentios era judeu.

Como judeus, continuavam a ir às sinagogas aos sábados, mas também passaram a prestar culto a Cristo no domingo, dia de sua ressurreição. Como base ritual, usavam o que conheciam, faziam leituras dos livros sagrados, e passaram a celebrar a eucaristia, como Cristo havia mandado.

A Eucaristia era celebrada em pequenas comunidades. Cada um levava sua oferta, o pão era transubstanciado e também o vinho e as pessoas comungavam entre si. Até as crianças que também faziam parte desta comunidade, comungavam. Outra quantidade era levada para casa e guardada, até a próxima celebração.

Com o passar dos tempos, com os estudos dos Pais da Igreja, passou-se a compreender o tesouro que tinham nas mãos. O precursor do sacrário foi criado. Guardava-se uma pequena parte do pão consagrado, para que fosse levado para os enfermos que não podiam sair de suas casas. Com o vinho não tinha como se ter este cuidado, então era totalmente consumido na cerimônia.

Concílio de Trento

Estamos muito acostumados a ouvir falar e até estudar a famosa reforma protestante iniciada por Martinho Lutero em 1517 na Alemanha, quando fixou as famosas 95 teses na porta da Igreja de Winteberg mas pouco ou quase nada nos é falado ou mostrado sobre qual a resposta da igreja para este cisma, o maior depois do grande cisma do oriente, em 1054.

A resposta para reforma, ou seja, uma contra-reforma se chama Concílio de Trento.

O Concílio foi convocado pelo Papa Paulo III em 1546, durou 18 anos e teve suas decisões promulgadas solenemente em 1562.

Dentre as suas decisões , constam, a condenação da doutrina protestante da justificação pela fé, definição do pecado original, declaração de autenticidade da Vulgata traduzida por São Jerônimo, Confirmação dos sete sacramentos, confirmação do celibato clerical, Confirmação da indissolubilidade do matrimônio, culto dos santos e relíquias, doutrina do purgatório e indulgências, a criação de escolas para quem quisesse ingressar no clero, os seminários, reorganização das comunidades religiosas, criação de novas ordens, dentre elas a Companhia de Jesus fundada por Inácio de Loyola.

Liturgicamente falando, o Concílio , publicou o Index, índice de livros proibidos. Unificou os vários ritos em um só, o Romano. A figura do papa, como ser supremo, a imagem da igreja como estrutura de governo, a clericarização em detrimento dos leigos, a rigidez litúrgica com a adoção do latim,  fez brotar a devoção espiritual , como adoração do Santíssimo, reza do terço, devoção aos santos e até uma certa surpestição, que afastou o povo do “mistério” da Celebração.

Concílio Vaticano II

Por quase exatos 400 anos o Concilio de Trento dominou a liturgia . Até que em 1963 o Papa João XXIII, convocou o Concilio Vaticano II. Uma tentativa de aproximar o clero e o povo, entender o que queria o mundo moderno. João XXIII, embora doente e idoso era um visionário, mas conhecido como Papa bom, Papa da Paz, não há quem não cedesse ao seu apelo, bondade e bom senso. Em seu pontificado o mundo estava prestes a mergulhar no que chamaríamos de “fim do mundo”, com a divisão entre EUA e URSS, a ameaça de bombardeio de ambos os lados, foi parada ante os apelos deste Papa.

O Concílio Vaticano II é o que podemos chamar de divisor de águas na doutrina da igreja, mas nunca um separador de tempos, não existe Igreja antes, ou Igreja pós Concilio Vaticano II, os ensinamentos de Cristo, dos Apóstolos e dos Padres da Igreja são imutáveis. E lembremos que a Igreja está sendo guiado pelo Espírito Santo.

O Concílio ecumênico, não foi dogmático, a doutrina permanece, o que se quis foi um retorno as origens da liturgia, foi trazer de volta a participação do povo. Corpo Místico de Cristo, onde cada um tem seu papel.

O Concílio divide opiniões. Há movimentos que não o aceitam, pois que entendem que a doutrina foi modificada. Há movimentos que simplesmente jogaram fora 1900 aos de história da Igreja e pensam que ela começou novamente, estruturada depois do Concílio, querem implantar “mudanças” na estrutura da Igreja.

O Concilio Vaticano II precisa ser entendido. Existe o “espírito do Concílio” e existe a “letra do Concílio”.

O que interessa para a Igreja colocar em prática no momento é a letra, só então poderemos entender o espírito, porém ocorreu justamente o inverso, por isso tanta confusão e mal entendimento do concílio.

Sacrossantum Concilum.

É a Constituição que rege a liturgia hoje.  Estudada, discutida, elaborada e redigida pelos mais brilhantes teólogos do tempo do Concílio. Foi promulgada no dia 04 de Dezembro de 1968 Pelo Papa Paulo VI.

O que se buscou e o que se conseguiu com certeza foi uma volta às origens, ao antes do Concilio de Trento. A participação do leigo no mistério celebrativo.

Suas normas referem-se ao rito romano, mas não só a ele, pois a Igreja como depositária que é da Tradição, reconhece também outros ritos à saber : Rito Bizantino, Rito Galicano, Rito Ambrosiano, Rito Bracarense, Rito Moçárabe…

A figura central da Liturgia é Cristo. Toda a vida litúrgica gira em torno do Sacrifício e dos Sacramentos. É onde se realiza a obra de Salvação.

Cristo está presente em todas as ações litúrgicas. É o sacerdote que oferece o sacrifício, é o  proclamador da Palavra que salva e trás vida eterna, está presente nas espécies eucarísticas, está presente no canto, nas orações. Ele que prometeu: «Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt. 18,20).

Portanto a ação litúrgica, por ser obra de Cristo Sacerdote e de Corpo, que é a Igreja, é ação sagrada por excelência, cuja a eficácia ou ação não é igualada por nenhuma outra ação em grau na Igreja.

Pela Liturgia terrena já antecipamos a liturgia celeste.

A SC , diz que os fiéis têm  que tomar parte no mistério, fonte de graças, observando as leis que regulam a celebração válida e lícita.

A SC também convida os fiéis nas práticas dos exercícios piedosos do povo cristão, desde que estejam em conformidade com as normas da igreja.

A SC é muito clara em afirmar a necessidade de formação, primeiro dos cléricos nos seminários, pois o Bispo é e tem que ser antes de tudo o maior liturgo. Compete aos Bispos, padres, o dever de ensinar ao povo como vivenciar a liturgia e dela tirar beneficio para a alma. Aqui está um ponto de discordância entre a letra e o espírito do concilio.

Os documentos do Concilio Vaticano foram muito bem escritos e elaborados. A letra foi perfeita mas o espírito anda muito deturpado. O que aconteceu e acontece até hoje é que muitos Bispos, padres entenderam que com a abertura “ coisas novas”,“ novidades” pudessem ser inseridas na liturgia.

Ora , a SC é bem clara em afirmar que antes de se instruir o povo, deveria-se antes fazer mestres em liturgia, depende de aprendizagem, não pode-se pegar uma Constituição como esta e interpretar de qualquer forma e implantar. Precisa de formação. Primeiro os clericos , depois o povo.

Sobre a Reforma, o que a SC instrui é: a Liturgia compõe-se duma parte imutável, porque de instituição divina, e de partes susceptíveis de modificação, as quais podem e devem variar no decorrer do tempo, se porventura se tiverem introduzido nelas elementos que não correspondam tão bem à natureza íntima da Liturgia ou se tenham tornado menos apropriados.

Nesta reforma, proceda-se quanto aos textos e ritos, de tal modo que eles exprimam com mais clareza as coisas santas que significam, e, quanto possível, o povo cristão possa mais facilmente apreender-lhes o sentido e participar neles por meio de uma celebração plena, ativa e comunitária.

Normas Gerais da SC:

A autoridade competente em regulamentação litúrgica é o Bispo de Roma, ou seja, o Papa. Seu poder é extensivos aos bispos, nem mesmo os sacerdotes estão autorizados, a acrescentar , suprimir ou mudar seja o que for em matéria de liturgia.

Não se introduzam inovações, a não ser que uma utilidade autêntica e certa da Igreja o exija, e com a preocupação de que as novas formas como que surjam a partir das já existentes.

Evitem-se também, na medida do possível, diferenças notáveis de ritos entre regiões confinantes.

Não é o que vemos por aí. Se existe uma constituição, válida para todos os fiéis , todo o rebanho, existem normas regulamentadas, que só podem ser acrescidas, suprimidas ou mudadas pelo Papa, por que vemos tantas celebrações diferentes? É o exemplo de Letra e Espírito do Concílio.

A participação do povo : Nos cantos, salmodia, gestos, atitudes corporais, respostas, leituras, comentários.

O Uso do latim: Deve ser conservado. Porém para maior entendimento do povo, que seja feita em língua vernácula a administração dos Santos Sacramentos, aos sacramentais, às procissões, à língua litúrgica, à música sacra e às artes, dentro dos limites estabelecidos nas edições típicas dos livros litúrgicos e sempre segundo as normas fundamentais desta Constituição.

A SC determina que sejam criadas Comissões de Liturgia, música e arte sacra. É desejável que trabalhem juntas.

A SC também é fonte de explicação e entendimento dos Sacramentos e Sacramentais.

A SC separou um cap. todo dedicado ao calendário litúrgico, e igualmente outro à música. Neste cap. A SC coloca o canto gregoriano em primeiro lugar, o que mais se adequa com a ação litúrgica.

Arte Sacra e alfaias litúrgicas: A  santa mãe Igreja amou sempre as belas artes, formou artistas. A Igreja preocupou-se com muita solicitude em que as alfaias sagradas contribuíssem para a dignidade e beleza do culto, aceitando no decorrer do tempo, na matéria, na forma e na ornamentação, as mudanças que o progresso técnico foi introduzindo.

A SC também recomenda o uso das imagens sacras nos templos, porém com contenção para não causar estranheza nos fiéis.

Missa Tridentina x Novos Ordos

Agora que sabemos o que foi o Concílio de Trento, e o que foi o Concílio Vaticano II, vamos fazer uma breve comparação entre estes dois ritos válidos de celebração eucarística.

A Missa Tridentina

O Papa São Pio V , restaurou o Missal Romano em 1570, unificando todos os ritos em um só, decretando que o Missal fosse usado em toda as igrejas, demonstrando assim sua unidade com Roma.

A característica principal dessa celebração é o uso do latim. O latim é a língua oficial do Vaticano. A natureza imutável do latim tem conservado a doutrina ortodoxa da Missa, que nos foi herdada dos pais da Santa Igreja. O uso do latim na Missa e em documentos oficiais da Igreja tem sido fundamental em apoiar a universalidade e unidade da Igreja.

Há uma atmosfera de oração e reverência entre as pessoas nos bancos. Antes da Missa, o silêncio é mantido na igreja demonstrando o respeito à Presença Real de Jesus no Santíssimo Sacramento, que é reservado no tabernáculo no centro do altar. Para criar um espaço sagrado, o altar é separado do corpo principal da igreja por uma barra, que indica o local aonde os fiéis se ajoelham para receberem a comunhão, somente na língua. O crucifixo acima do altar relembra o fiel que o Sacrifício da Cruz e o Sacrifício da Missa são os mesmos. As seis velas acesas no altar simbolizam Cristo como a luz do mundo. O sacerdote e a congregação juntos ficam de frente para o tabernáculo e o altar aonde o Sacrifício Sagrado é oferecido. O altar normalmente é colocado na direção oriental da igreja, na direção do sol nascente, simbolizando Cristo Ressuscitado. A comunhão é dada sob uma única espécie, com as palavras "o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo guarde tua alma para a vida eterna. Amém." O sacerdote diz a oração completa. Há duas formas principais de Missa, Solene (cantada), e rezada. Uma Missa rezada é uma que é simplesmente recitada pelo sacerdote; é menos cerimonial que uma Missa solene. Uma Missa solene é cantada usando várias formas do canto Gregoriano ou polifônico. E o incenso é usado somente na Missa solene.

Novus Ordos – É a reforma do Missal Romano, após o Concilio Vaticano II. É a celebração de acordo com Sacrossantum Concilium que temos hoje. É a forma ordinária que está no Missal Romano. Promulgada pelo Papa Paulo VI.

Uso da Língua vernácula, embora na SC esteja estabelecido que não se deve colocar de lado o uso do Latim.

O conceito de Sacrifício da Missa foi acrescido também da idéia de banquete, ceia eucarística.  O Altar foi deslocado para o centro do prebistério, e o Tabernáculo ainda hoje foi deslocado para o lado, ou para capelas anexas.

A comunhão sob duas espécies, observando-se o escrúpulo e cuidado com o Sangue do Senhor, podendo ser ministrada diretamente na boca, ou nas mãos, a critério do fiel, com as palavras “ O Corpo de Cristo”.

A interpretação do espírito do Concílio , e não a letra é que trouxeram confusão para esta nova reforma. Alguns sacerdotes, acham que podem inovar , suprimir, acrescentar qualquer coisa ao rito, mas como já vimos pela constituição SC isso não é lícito.

Celebração Eucarística Hoje

Não se precisa ir muito longe na memória, para lembramos que nenhuma celebração eucarística segue o mesmo estilo, o que mas falta hoje em nossas celebrações é a unidade da Igreja. A liturgia é a mesma, a Constituição é a mesma, então porque tanta diferença e diversidade? Não seria isso fruto do Espírito do Concilio?

O Rito tridentino se manteve imutável por 400 anos, conservou a doutrina dos santos padres da Igreja intacta, nada era permitido mudar, nenhuma virgula, nenhum gesto, nada. Mas havia nela uma coisa que não agradava, ao havia a participação do povo, era uma celebração de se assistir, e pronto.

Com a nova reforma do missal, tendo como base a SC, a liturgia não observou a letra do concílio, e é por esse motivo que o Papa Bento XVI tem se esforçado em fazer com que entendamos a letra, para que possamos colocar em prática os conceitos dos estudos que o Concilio quis e afirmou, e não o que “achavam” que era.

Missas sertanejas, Missas Show, Missas Afro, enfim, nada disto faz parte da liturgia, lembrem-se que SC recomendava não acrescentar, não retirar , não mudar.

Liturgia, pode ou não pode

A Instrução que visa coibir os abusos cometidos na Celebração Eucarística é a Instrução Redemptionis Sacramentum, (25 de Março de 2004).

Devemos antes de mais nada manter o bom senso, um estudo cuidadoso dos documentos da Igreja e o que nos auxilia o Magistério, já seriam o suficiente para superar este pode ou não pode.

Mas algumas coisas são de senso comum, e infelizmente devido a “variedade” acontecem com frequência nas celebrações:

Rezar as orações próprias do Sacerdote: Se fosse um jogo de pode ou não pode , eu diria que: NÃO PODE. Exemplo: “ Por Cristo…”, “ Oração da Paz”, “Proclamação da Oração Eucarística”. mesmo que o sacerdote convide a assembléia a fazê-lo, deve o fiel ficar em silêncio, no fim do Por Cristo por exemplo responder com um solene e catado Amém . (Redemptionis Sacramentum).

Conversas, barulho, alvoroço, danças... NÃO PODE. Certamente haverá locais e circunstâncias propícias para extravasar a alegria de ser cristão. Na missa, vale a "regra de ouro": o que não caberia fazer no Calvário, não cabe fazer na missa.

Estamos diante do sacrifício do Filho de Deus! No altar, Jesus oferece-se ao Pai como vítima, por nossos pecados. Portanto, conversar com o vizinho, atender chamadas de celulares, bater palmas ou fazer coreografias, danças, etc., nada disso é próprio na missa.

Vestes Clericais diferentes do que está estabelecido nos documentos da Igreja: NÃO PODE. O uso da estola é obrigatório, vestes dignas ,pois não é a pessoa do Padre que está celebrando e sim o próprio Cristo. Então , vale padre vestido de palhaço, com elementos sertanejos, africanos, são tantos…

Improvisação de altar para celebração : NÃO PODE. Improvisar o Próprio Corpo de Cristo, em cima de um local improvisado, como uma mesa de madeira, de bar, caixote, caixa de papelão, é um verdadeira sacrilégio.

Modificar textos Litúrgicos: NÃO PODE. "Cesse a prática reprovável de que sacerdotes, ou diáconos, ou mesmo os fiéis leigos, modificam e variam, a seu próprio arbítrio, aqui ou ali, os textos da sagrada Liturgia que eles pronunciam. Quando fazem isto, trazem instabilidade à celebração da sagrada Liturgia e não raramente adulteram o sentido autêntico da Liturgia" (R.S., 59);

  • Interromper a Celebração, para acrescentar orações que não estão previstas, como “cura e libertação”, NÃO PODE. Lembrar a SC.

    Confiar a homilia a leigos, falar na homilia de temas que não estão ligados as leituras ou ao Evangelho – NÃO PODE. a homilia poderá ser suprimida nas missas durante a semana, mas é de rigor nas dominicais e "será feita, normalmente, pelo mesmo sacerdote celebrante, ou este a delegará a um outro, concelebrante, ou às vezes, de acordo com as circunstâncias, também ao diácono, mas nunca a um leigo" (R.S., 64). Também são práticas abusivas trocar a homilia por apresentações teatrais, testemunhos de particulares, etc.; Ao fazer a homilia, procure-se iluminar, em Cristo, os acontecimentos da vida. Faça-se isto, sem dúvida, de tal modo que não se esvazie o sentido autêntico e genuíno da palavra de Deus, por exemplo, tratando só de política ou de temas profanos, ou tomando como fonte idéias que provêm de movimentos pseudo-religiosos de nossa época" (R.S., 67);

    Ministros da Eucaristia: O Ministro da Eucaristia é o Sacerdote. Não é lícito ao sacerdote, “passar” a função de distribuição da Comunhão ao ministro, mesmo que investido, e ficar sentado assistindo. Pode –se sim auxiliá-lo na função. É Cristo distribuindo Seu Corpo e Sangue. Na instrução "Inaestimabile donum", da Sagrada Congregação para os Sacramentos e o Culto Divino, emitida em 3.IV.1980, lemos que "Os fiéis, sejam religiosos ou leigos, que são autorizados como ministros extraordinários da Eucaristia só podem distribuir a Comunhão quando não há padre, diácono ou acólito, quando o padre está impedido por doença ou por idade avançada, ou quando o número de fiéis a receber a Comunhão é tão grande que torne a celebração da Missa excessivamente longa." (#10).

    Comungar na Mão e em pé. PODE. Está previsto nos documentos da Igreja. Desde que se faça a devida referência, deve apresentar-se com as mãos abertas, sobrepostas, receptivas a receber a sagrada comunhão. Não é correto "pegar" a partícula como se fosse um objeto comum. Recebida a comunhão, o comungante deve consumi-la imediatamente, diante do ministro.

    Comunga na boca : PODE. A forma tradicional de se comungar é diretamente na boca.

    Pegar a Sagrada Comunhão e o Sagrado Sangue de Cristo: NÃO PODE. "Não está permitido que os fiéis tomem a hóstia consagrada nem o cálice sagrado por si mesmos, nem muito menos que se passem entre si de mão em mão" (R.S., 94). A imagem acima mostra justamente um flagrante de desrespeito a essa norma. Não se deve permitir que a distribuição da comunhão seja do tipo self service, de modo que cada um tome a hóstia com as próprias mãos na âmbula e ministre a si mesmo a comunhão. Em se distribuindo a comunhão sob as duas espécies, a comunhão será obrigatoriamente dada diretamente na boca do comungante.

    Participar da celebração com roupas “ a vontade” : NÃO PODE. Mas cabe o bom senso a cada um. Receber Cristo com dignidade é o que se precisa. Não é o fato de usar uma roupa, mas decotada, curta, que vai depor contra a pessoa, mas imagine que se o celebrante aparecesse vestido de bermuda, camiseta. Todo mundo ia torcer o nariz. A noiva , o novo, com uma roupa comum, normal, não ia ser estranho? Assim como uma mulher aparecer vestida de noiva para ir ao trabalho, ir ao clube… Existem lugares apropriados para se usar determinadas vestimentas, e com certeza na Assembléia  onde nos reunimos para encontrar Cristo, é que não é o lugar de camisetas, bonés, alcinhas, transparências, calças colantes, shorts, enfim….

    Assistir Missa somente pela TV e Consagrar seu próprio pão e vinho: NÃO PODE. A Celebração Liturgica é serviço, é ação em nos unimos em comunidade junto a Cristo. Em  caso de doença grave, paralisia , impedimento do fiel ir até sua comunidade e celebrar junto. Um ministro extraordinário da Eucaristia levará o Viático para ele.

    Comungar em pecado mortal: NÃO PODE. É um sacrilégio, nem mortal e até venial, depende do exame de consciência de cada um. Quem vive sobre o mesmo teto maritalmente sem as bênçãos do matrimônio, está cometendo pecado grave, quem se divorciou e está vivendo maritalmente , também, quem cometeu aborto, ajudou a cometê-lo da mesma forma. Chegou a celebração na hora da consagração também não é lícito.

    Meninas podem ser coroinhas? PODE. Recomenda a presença de crianças ou jovens coroinhas que realizem algum serviço junto ao altar, como acólitos, e recebam uma catequese conveniente, adaptada a sua capacidade, sobre esta tarefa. A esta classe de serviço ao altar podem ser admitidas meninas ou mulheres, segundo o parecer do Bispo diocesano e observando as normas estabelecidas.( RS).

    Pode –se usar qualquer vinho, ou qualquer tipo de pão para consagração? NÂO PODE. O pão a ser consagrado deve ser ázimo, apenas de trigo e feito recentemente. Não podem ser usadas cereais, substâncias diferentes do trigo. É um abuso grave introduzir em sua fabricação frutas, açúcar ou mel. O vinho do Sacrifício deve ser natural, do fruto da videira, puro e sem corromper, sem mistura de sustâncias estanhas. Na celebração deve ser misturado com um pouco de água. Não deve ser admitida, sob nenhum pretexto, outra bebida de qualquer gênero.

    Posso professar minha fé durante a consagração das espécies? NÃO PODE. Durante a Consagração, é obrigatório o silêncio! Infelizmente popularizou-se, especialmente por grupos de música ligados à espiritualidade da Renovação Carismática Católica, o costume de entoar cantos de louvor ao Santíssimo Sacramento após ou durante a Consagração. Isso está terminantemente proibido! Nem mesmo acompanhamento instrumental é permitido. É silêncio absoluto! Conferir Instrução Geral do Missal Romano, 32.

    Posso ser espírita, maçom, frequentar o terreiro , e participar da Missa? NÃO PODE. Nossa doutrina é completamente oposta a tais ensinamentos, é vetado a qualquer pessoa que pratique tais ações se aproximar da Sagrada Comunhão.

    Gestos Litúrgicos

    Não existe nada que não tenha um motivo , um mistério , uma espiritualidade na Liturgia, e na ação do mistério de Cristo. Tudo é muito bem pensado, é uma conversa com Deus Pai, é uma interiorização, é um derramar de graças.

    Os gestos são acima de tudo linguagem.

    Fui convencida recentemente a mudar pelo menos 4 destes gestos. E convicções muito inteligentes.

    Sinal da Cruz. É a invocação inicial de nossa conversa. Traçando o sinal da cruz em nosso corpo, estamos distinguindo a Quem pertencemos. Usando três dedos centrais de nossa mão indicam O PAI, O FILHO E O ESPIRITO SANTO, ou seja a Santíssima Trindade.

    Pai Nosso. Oração que o Próprio Cristo nos ensinou. É intimo, é um pedido meu para o Pai. Não cabe aqui dar as mãos, embora a façamos juntos, não é comunitário, é o meu pedido, e o meu pedido tem que ser refletido no meu semelhante, por isso, mãos espalmadas para fora, para o que eu peço para mim, seja também o que eu peço para o meu irmão, meu semelhante, que as bênçãos, e graças, perdão, também o sejam para ele.

    Palmas. Não cabe em nossa liturgia, principalmente na hora do Santo, é o momento do calvário. Sem contar que as palmas escondem nossa voz de louvor, nossa vontade de cantar hinos ao pai.

    Sinal da Cruz , após resposta da Assembléia: Não faz o menor sentido fazer o sinal , respondendo ao sacerdote, então , responda primeiro, faça o sinal depois.

    Nada deve chamar atenção , além de Cristo, roupa, objetos, teatro, o padre, o leitor o aniversariante, nada, toda honra e glória só para Cristo.

    Ajoelhar-se: Embora esteja se criando uma escola no “de pé” durante a consagração, eu afirmo e estou amparada pelas palavras do Santo Padre, e do Missal Romano. Na hora da consagração que se esteja de joelhos, salvo em lugares onde isso não é possível, ou por dificuldade física.

    Privilegiar o silêncio: Na celebração Eucarística o silêncio tem o seu lugar.

    Zelo na ornamentação, e cuidado com a música. A SC dá dicas a respeito, mas não lhe são aproveitadas. As flores não devem ser artificiais, a Mesa da Palavra deve estar bem ornada, toalhas limpas e bem passadas, paramentos bem cuidados, para o Senhor o Melhor. A Equipe de Música não deve ser uma Banda de música, suavidade, e bom gosto contam muito nesta hora.

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