Milagre se repete: sangue de San Gennaro se liquefez na Catedral da cidade de Nápoles
Em Nápoles, presenciou-se novamente o fenômeno conhecido como “milagre da liquefação do sangue” de São Gennaro. As ampolas foram exibidas na Catedral pelo bispo Dom Mimmo Battaglia diante dos fiéis. O arcebispo metropolitano apresentou o líquido contido nela, que já se encontrava claramente liquefeito, quando foi retirada a ampola do cofre atrás do altar-mor da Sé.
A remoção da ampola da caixa blindada foi testemunhada pelo prefeito de Nápoles, Gaetano Manfredi, que osculou as relíquias, e o presidente da região da Campânia, Vincenzo De Luca, que se limitou a fazer uma reverência. O ex-prefeito Antonio Bassolino também marcou presença no Duomo de Nápoles.
A liquefação do sangue foi celebrado com o habitual e festivo aceno de um lenço branco pelo chefe da Deputação de San Gennaro, seguido por uma retumbante salva de palmas. “Hoje, mais do que nunca, o mundo necessita de paz. Por isso, junto com São Gennaro, pedimos o dom da paz, comprometendo-nos individualmente”, disse Dom Battaglia aos fiéis presentes antes de iniciar a homilia.
A liquefação do sangue
Ao longo do ano, há três ocasiões em que o milagre de São Gennaro é “verificado”: no sábado anterior ao primeiro domingo de maio, no dia do martírio de São Gennaro (precisamente, 19 de setembro) e no dia 16 de dezembro. O procedimento para verificar se o sangue está liquefeito permanece o mesmo: o sangue está contido em uma âmpola na Capela do Tesouro de San Gennaro, localizada dentro da Catedral de Nápoles, na forma sólida e vermelho escuro.
Após o arcebispo de Nápoles retirar a ampola nessas ocasiões, ele a agita com movimentos específicos e bem definidos, todos baseados na tradição. Neste ponto, a substância contida no grande recipiente dentro da ampola pode permanecer sólida ou dissolver-se completamente em líquido, resultando na “liquefação” considerada auspiciosa pela tradição de San Gennaro.
Segundo crônicas historiográficas, foi em 17 de agosto de 1389 que se acredita ter ocorrido a primeira liquefação do sangue de San Gennaro na relíquia tradicional de Nápoles; e ela continua até hoje em condições mais ou menos semelhantes.