Missionárias Scalabrinianas refletem sobre migrações e seus desafios
As Missionárias Scalabrinianas reuniram-se em Jundiaí, interior de SP, para repensarem a atuação junto aos migrantes e refugiados em vista de dar respostas mais eficazes aos desafios impostos pela mobilidade humana – forçada, inclusive.
Há cerca de 3 anos, teve início o processo de reorganização da Congregação para melhor responder às demandas deste fenômeno atual. Diante dos desafios das migrações, as irmãs se sentem chamadas à itinerância, como explica a religiosa Albertina Pauletti:
“O mundo de hoje é diferente daquele no qual foi fundada a Congregação – cujo objetivo era atender os imigrantes italianos que vinham para as Américas – mas hoje em dia os desafios da migração são outros e a Congregação tem que se reorganizar, avaliar o que está fazendo para responder as realidades atuais.
Somente em 2016, mais de 271 mil pessoas atravessaram o mar para buscar nova vida na Europa, e mais de 3.160 morreram, segundo dados da agência da ONU para refugiados.
No Brasil, o número total de solicitações de refúgio aumentou mais de 2.868% entre 2010 e 2015 (de 966 solicitações em 2010 para 28.670 em 2015). A maioria dos solicitantes de refúgio vem da África, Ásia (inclusive Oriente Médio) e do Caribe.
De acordo com o CONARE, o Brasil possui atualmente (abril de 2016) 8.863 refugiados reconhecidos, de 79 nacionalidades distintas (28,2% deles são mulheres). Os principais grupos são compostos por cidadãos da Síria (2.298), Angola (1.420), Colômbia (1.100), República Democrática do Congo (968) e Palestina (376).
Segundo a missionária scalabriniana e diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos, Irmã Rosita Milesi, “no Brasil enfrenta, ainda que de maneira proporcionalmente pequena em relação à totalidade do mundo, um grande desafio a ver a chegada de migrantes e pessoas deslocadas. Seja por razões de conflitos, como é o caso dos sírios, seja por razões de catástrofes naturais, como foi e está sendo a chegada de haitianos ou de pessoas de regiões do continente africano por situações de violência como o Congo, a Nigéria".