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“O HÁBITO DEVE FAZER O MONGE”, PELO MENOS NO VATICANO

Paramentos Litúrgicos

O hábito deve fazer o monge, pelo menos, no Vaticano. Uma circular enviada a todos os órgãos da Cúria Romana para sublinhar que os sacerdotes e os religiosos devem apresentar ao trabalho com o traje adequado, ou seja, o ” clergyman” ou a batina preta. Em ocasiões oficiais, especialmente na presença do Papa, os monsenhores já não poderão deixar no armário o traje de botões vermelhos e franja púrpura.

Um chamado para respeitar as normas canônicas que representa um sinal preciso, que certamente terá um eco mesmo fora das fronteiras do menor estado do mundo: de fato, no Vaticano são muito raros os religiosos que não se vestem como tal. E é provável que este chamado para uma apresentação fiel e impecável, formalmente, será interpretado como um exemplo para aqueles que vêm de fora do Vaticano, ou seja, os bispos ou padres de passagem por Roma. Uma forma de “dizer à sogra para que a nora entenda”, como se diz em italiano.

O Código de Direito Canônico estabelece que “os clérigos devem vestir um traje clerical decoroso”, de acordo com as normas emitidas pelas várias conferências episcopais. A Conferência da Itália, por exemplo, afirma que “o clero em público devem usar batina ou “clergyman”, ou seja o traje preto ou cinza com um colarinho branco. O nome inglês revela sua origem protestante, mas passou a fazer parte do vestuário dos eclesiásticos católicos, embora, no início, fosse uma concessão aos que deviam viajar.

A Congregação vaticana para o Clero, em 1994, explicou as razões inclusive sociológicas do aspecto dos sacerdotes: “Em uma sociedade secularizada e de tendência  materialista” é “particularmente necessário que o sacerdote, homem de Deus, dispensador dos seus mistérios, seja reconhecível aos olhos da comunidade “.

A circular pede aos monsenhores que usem o “hábito normal”, ou seja, o traje  com botões vermelhos nos atos “nos quais esteja presente o Santo Padre”, e em outras ocasiões oficiais. Um convite também é estendido aos bispos presentes em uma audiência com o Papa, que, a partir de agora, deverão seguir rigorosamente a etiqueta.

O uso de roupas civis para o clero foi relacionado, no passado, a situações específicas, como no caso da Turquia, durante a década de oitenta ou no México até não muito tempo atrás, onde os bispos estavam acostumados a sair de casa vestidos como empresários. Este costume foi gradualmente se espalhando pela Europa: não se esqueçam as conhecidas imagens do jovem teólogo Joseph Ratzinger em terno escuro e gravata durante os anos do Concílio. Acima de tudo, foi depois do Concílio Vaticano II que a batina terminou no armário, com o sacerdote destacando-se cada vez menos. Há alguns anos, especialmente entre os jovens sacerdotes, nota-se uma inversão da corrente. Uma mudança “clerical” que agora está por escrito em uma circular do Secretario de Estado. 

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