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O Papa a um menino ateu: “Faça o que você sente” – Por Carlos Steban

Paramentos Litúrgicos

Antes de sua partida aos Emirados Árabes, narra Sua Santidade o Papa Francisco, um menino de 13 anos o interpelou com essas palavras: “Santidade, eu sou ateu, que tenho que fazer para me converter em um homem de paz?” O Santo Padre o respondeu “Faça o que você sente.”

Dois mil anos de santos e mártires, de perseguições pelo mundo, de ser sinal de contradição e sal da terra, de desenvolvimento da doutrina, de missionários e sacerdotes, da estrutura institucional e da caridade, de teólogos e doutores e ante a pergunta central da  existência , a resposta do Vigário de Cristo e sucessor de São Pedro é: “Faça o que você sente”.

E eu o que sinto é um cansaço infinito ao pensar que essa beleza tão ofuscante, que tantos êxtases e estudos de profundidade insondável, tantas perseguições e torturas sofridas por amor a Cristo teriam sido evitadas de serem conhecidas com este simples segredo: faça o que você sente.

A anedota contou o próprio Papa na conferência de imprensa no voo de volta de Abu Dabi, onde assinou um documento pela fraternidade universal com um prestigioso imã e escutados “homens muitos sábios” de uma religião que se expandiu pela espada, que submete aos que não creem nela a condição de cidadão de segunda classe, que ordena à morte os que saem dela.   

É como se a Igreja se tivesse rendido, não ao capitalismo, não também ao socialismo existente, mas ao Woodstock, ao Verão do Amor, a uma fantasia de 1968 na qual todos podemos nos dar as mãos e superar nossas diferenças com um pouquinho de diálogo, em que não se digam coisas desagradáveis que dividem, ainda que estejam ali e ali seguirão, e haja tantos dispostos a morrer por elas.

Em Abu Dabi, nós tememos, o Papa preferiu “sentir” a pensar. Assinou não se sabe com quem — sim, com El Tayeb, e a quem representa nisto o imã de Al Azhar? – um documento vago e evasivo que poderia ter escrito um hippie especialmente ingênuo no final dos anos sessenta.

Faça o que você sente.

(Por Carlos Steban – Tradução: Marcos Fleurer)

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