PERSEGUIÇÃO: Padre Fábio Fernandes é expulso de paróquia por Dom Odilo por celebrar a Missa Tridentina
CARTA AOS MEUS IRMÃOS SACERDOTES E FIÉIS!
“Et portæ inferi non prævalebunt adversus eam.” (Mt 16, 18) (“E as portas do inferno não prevalecerão contra ela”)
Dirijo esta carta para conhecimento dos meus caríssimos irmãos sacerdotes e fiéis! Pax!
Faço saber aos diletíssimos sacerdotes e fiéis que na manhã de hoje, 27 de novembro de 2023, recebi na Cúria Metropolitana de São Paulo a decisão de Dom Odilo, com documento entregue em minhas mãos por meio de um sacerdote, de que fui expulso da Paróquia de Nossa Senhora das Angústias, Barra Funda, São Paulo, SP, sendo afastado da função de pároco, com prazo de cinco dias para deixar a mesma.
As razões elencadas pelas quais se dá a minha expulsão da paróquia, em síntese, são:
– Por insistir em celebrar o Santo Sacrifício da Missa (missa tridentina) no decorrer dos meus quase quinze anos de sacerdócio, mesmo sabendo da reprovação do bispo;
– Por fazer uma retratação, publicada no dia 06 de novembro de 2023, em consciência, me retratando diante dos fiéis por ter celebrado por anos a “missa nova” de Paulo VI e por acaso ter induzido as almas ao erro por ignorância própria; reafirmando então minha profissão de fé católica, renunciando aos erros do modernismo e do Concílio Vaticano II e, explicitando meu amor incondicional ao Santo Sacrifício da Missa, presente integralmente na missa tridentina.
No documento que consta a decisão de minha expulsão da paróquia está, em anexo, outro documento expedido por Dom Odilo que inicia um processo canônico no Tribunal Eclesiástico de São Paulo, com a finalidade de me expulsar da “igreja conciliar” como cismático, de me excomungar da “igreja conciliar” e de me tirar o estado clerical da mesma “igreja conciliar”.
Portanto, considerando tudo o que foi exposto acima, fica notificado aos queridos fiéis, que a partir da data de hoje estão suspensas as santas missas, a administração dos sacramentos, o expediente paroquial e as atividades de apostolado na Paróquia de Nossa Senhora das Angústias, na Barra Funda, São Paulo, SP.
Convido os caríssimos sacerdotes e fiéis a seguirmos em frente nos mantendo firmes na fé católica e apostólica, na comunhão com o Corpo Místico de Cristo que é a Santa Igreja Católica em sua natureza e essência, indefectível, única, verdadeira e fora da qual não há salvação e que, em serenidade e espírito de oração, nos santifiquemos e possamos, pela misericórdia e bondade de Deus, salvar as nossas almas, preservando nossas famílias na verdadeira fé, exercendo um efetivo e profícuo apostolado.
Um dia Nosso Senhor Jesus Cristo, que não dorme e zela por nós, conforme seus insondáveis desígnios e de acordo com sua santíssima vontade, irá intervir implacavelmente nessa perplexa crise da Igreja e toda essa tempestade se transformará em bonança, os alicerces da Igreja serão reparados, a fé católica será restaurada na Igreja visível e retornará à Roma, às dioceses, às paróquias e às famílias. Por isso, o que nos compete é permanecer na verdadeira fé católica sem nos deixar influenciar pelos erros do modernismo do Concílio Vaticano II, da luteranizada “missa nova” e da “sinodalidade” e, a graça de Deus que tem seus misteriosos caminhos, fará o restante através de nós e dos que virão, seus pobres instrumentos.
Tenhamos consciência de que tudo isso que estamos enfrentando dará bons frutos para as almas hoje e para as futuras gerações, porque apesar de nossas misérias e pecados, se sofremos sinceramente por amor a Deus Nosso Senhor que tudo sofreu por nós, contribuíndo para a preservação e transmissão da Tradição e da fé católica, promovendo a liberdade e exaltação da Santa Igreja e colaborando pela custódia da família tradicional, os beneficiados serão aqueles pelos quais Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz, cujos efeitos da graça, serão derramados em frutos espirituais sobre o nosso país, sobre nossas famílias, sobre as pessoas com as quais fazemos apostolado e sobre todos nós.
Digo aos queridos sacerdotes e fiéis que não tenham medo, não se deixem enganar e não desanimem, mantenham-se firmes e resolutos, dispostos a sofrer quaisquer danos, incompreensões e penalidades pela Santa Igreja e pela fé católica! Sem sacrifício não há redenção, se assim foi com o Senhor, que foi rejeitado, julgado e condenado “pelos seus” e que nos deixou o seu exemplo pela efusão de seu Preciosíssimo Sangue instituindo a nova e eterna aliança, assim também será com os membros de sua Igreja que sofrerão de alguma maneira pela verdade da fé, conforme a generosidade e sacrifício que Ele pedir de cada qual.
Não esqueçamos que Nosso Senhor Jesus Cristo nos prometeu que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (cf. Mt 16,18)! O Senhor faz silêncio e dá tempo para que “abramos os olhos”, abandonemos a prostração tíbia, o comodismo e a conivência diante dos erros, e para que os inimigos da fé se arrependam e se convertam, porém, saibamos que esse tempo a qualquer hora acabará! Portanto, em tempo, no agora, nos preparemos interiormente, com os meios que a graça nos oferece, para nos mantermos em prontidão, fiéis a Nosso Senhor, sem traí-lo, sem se justificar com razões humanas, sem se deixar levar pelas induções ao erro injustificável imposto “por obediência”, sem se deixar levar pela força corrente, em espiral do silêncio, da omissa maioria escusa e não se deixar seduzir pelas propostas fáceis e imediatas que, na verdade, são claras tentações contra a fé! Assim, previno a se desapegarem de seus interesses pessoais, nada antepondo ao amor de Cristo, pois, o dia em que cada qual deverá tomar uma posição católica, intrépida e definitiva, irá chegar e não tardará!
Estejamos certos também de que um dia a Santa Igreja, regenerada e exaltada, irá sanar todos estes danos que estamos sofrendo e, Ela, como Mãe e Mestra da verdade, irá receber com abraço afetuoso e maternal todos os seus filhos que guardaram o depósito da fé em meio a sofrimentos, perseguições e punições! E não esqueçamos que no julgamento final, de acordo com os ensinamentos de Nosso Senhor e transmitidos pela Santa Igreja, os que guardaram a fé e sofreram por ela, na senda da Lei de Deus e da santidade de vida, serão recolhidos entre os eleitos para o céu. Já os que contribuíram para a destruição da fé, da Igreja e da família tradicional, se não se arrependerem e se converterem a tempo, serão recolhidos para o fogo eterno que não se apaga.
Humildemente agradeço a Deus Nosso Senhor e a Maria Santíssima nossa terna Mãe, a minha família que não mais se encontra neste mundo, ao meu pároco Pe. Antônio Munari dos Santos que faleceu há 20 anos, aos meus queridos parentes que trago carinhosamente em meu coração, aos meus amigos, aos piedosos e inesquecíveis sacerdotes que passaram pela minha vida e que me transmitiram a Tradição e a verdadeira fé católica sempre me prestando sua generosidade e sua caridade, minha gratidão sincera pela graça imerecida de poder sofrer, nem que seja este tão pouco, pela fé católica e pela Santa Igreja, o que é um privilégio, uma grande graça que me faz saber unido ao “sentir da Igreja” que nos enche de santa alegria e esperanca sobrenatural, o que me proponho a corresponder com fidelidade, pela misericórdia de Deus!
Manifesto minha gratidão a meus verdadeiros irmãos e verdadeiros amigos sacerdotes e, também, aos meus queridos fiéis que me oferecem suas orações, seus auxílios e suas sinceras amizades, que Deus Nosso Senhor lhes recompense enormemente!
Lhes asseguro firmemente, queridos fiéis, o que recebi de graça, de graça vos darei sempre, e, por isso, enquanto viver nunca lhes faltará minhas preces e minha solicitude sacerdotal! Peço suas orações!
Que Nossa Senhora Aparecida, nossa Rainha e Padroeira, nossa querida Mãe Santíssima, proteja o Brasil, Terra de Santa Cruz, nos abençoe e nos guarde!
“Se perseguiram a mim também perseguirão a vós” (Jo 15,20) “Vos expulsarão das sinagogas e muitos até vos matarão julgando prestar culto a Deus” (Jo 16,2)
“É permanecendo firmes que ireis alcançar a vida” (Lc 21,19)
Pelo reinado social de Nosso Senhor Jesus Cristo!
Viva Cristo Rei!