Padre italiano se nega a bar benção a corpo de imigrante na Itália
Uma polêmica envolvendo a Igreja Católica e a crise imigratória na Europa ganhou destaque nesta sexta-feira (22) nos jornais italianos.
Um sacerdote da cidade de Arnasco, que seria crítico às políticas de acolhimento de refugiados, teria se recusado a dar a benção a uma marroquina morta em um desabamento. O episódio envolve o padre Angelo Chizzolini e a marroquina Aicha Bellamoudden, esposa do também marroquino Dino Andrei e uma das cinco vítimas do desmoronamento de um prédio na semana passada, em Arnasco, an Ligúria. Uma brasileira sobreviveu ao acidente.
No ano passado, Chizzolini foi criticado por rejeitar um pedido do papa Francisco para que a Igreja Católica se abrisse e acolhesse os refugiados que chegam à Europa fugindo das crises no Oriente Médio e no norte da África. A marroquina morta no desmoronamento já tinha iniciado um processo de conversão ao cristianismo e, de acordo com fontes locais, aguardava para ser batizada. Por este motivo, o bispo Guglielmo Borghetti permitiu que o funeral da mulher ocorresse na igreja católica de Nossa Senhora de Arnasco.
Durante toda a cerimônia, presidida por Chizzolini, o padre evitou citar o nome de Aicha e pulou a benção ao corpo da vítima, inclusive antes do enterro. Alvo de críticas, o sacerdote se defendeu. "Fiz tudo que eu deveria ter feito. Não é verdade que eu me esqueci de Aicha e que não dei a benção ao corpo", disse à ANSA. O desabamento do prédio, provocado por uma explosão causada por um vazamento de gás, ocorreu às 3h da madrugada de sábado passado (horário local), e deixou cinco mortos.