Papa aposenta arcebispo “conservador” da Polônia
O papa Francisco aposentou o polêmico arcebispo de Gdansk, na Polônia, Slawoj Leszek Glodz, e anunciou Jacek Jezierski para seu lugar, informou o Vaticano.
O religioso ultraconservador completa 75 anos hoje, a idade limite da Igreja Católica para atuar nesse tipo de função. No entanto, é incomum que o Pontífice aposente alguém no dia do aniversário: geralmente, o titular do cargo informa à Santa Sé seu pedido de renúncia após completar a idade limite e a troca ocorre poucos meses após o aniversário do religioso.
A nota do Vaticano só informa que o líder católico “aceitou o pedido de renúncia” e a nomeação de Jezierski para a função.
Outro fator “diferente” na rápida mudança é que o novo escolhido atuava como arcebispo de Elblag, mas ninguém ainda foi indicado para seu lugar.
Glodz, ao longo de toda a sua missão religiosa, causou inúmeras polêmicas na Igreja da Polônia por seu posicionamento ultraconservador – apesar do catolicismo polonês ser considerado um das mais conservadores do mundo.
Desde a sua indicação para a função, ocorrida em 2008 por nomeação do então papa Bento XVI, o nome de Glodz causou furor no país. O ex-presidente da Polônia e prêmio Nobel da Paz de 1983, Lech Walesa, afirmou à época que a escolha pelo então bispo “era uma desgraça para Gdansk”.
Além de sua intensa aproximação com o grupo conservador que mantém a Rádio Maria no país, Glodz também teve uma atuação no Exército, tendo sido militar por 13 anos, atingindo a função de general em 2004. Outro ponto de intensas críticas era o estilo de vida considerado “opulento” pela população – bem diferente da pobreza pregada pelo Papa.
Recentemente, o nome do arcebispo foi envolvido em dois documentários locais que citavam autoridades da Igreja Católica que se omitiram em casos de pedofilia cometidos por padres poloneses. Glodz foi acusado de não dar andamento às investigações em diversas vezes.