Papa Bento XVI alerta para exploração das mulheres
Bento XVI deixou críticas às “tendências materialistas e hedonistas” nos países ocidentais, considerando que aquelas abrem caminho à discriminação e exploração das mulheres.
O Papa falava no Vaticano, ao receber o novo embaixador da Alemanha, seu país natal, sublinhando que todos têm a “mesma dignidade” e que não ter isso em conta “representa uma grave falha em relação à humanidade”.
No seu discurso, Bento XVI criticou em particular a prostituição e a difusão de material com conteúdos pornográficos, também através da Internet, declarando que a Santa Sé se “empenhará” para a Igreja Católica na Alemanha se oponha a estes “abusos” de uma forma “mais clara e decidida”.
O Papa alemão recordou a terceira viagem que realizou ao seu país natal, de 22 a 25 de setembro, apresentando uma reflexão sobre o contributo que a Igreja Católica pode dar numa sociedade pluralista.
Para Bento XVI, existe uma corrente de pensamento que encara a vida e influência do cristianismo como um elemento cultural da sociedade, mas a Igreja não se reconhece como uma mera “comunidade cultural”.
Os católicos, precisou, têm “a consciência de conhecer – através da fé – a verdade sobre o homem” e são obrigados a “empenhar-se em favor daqueles valores que são válidos para o homem como tal, independentemente das diversas culturas”.
O Papa fez questão de distinguir “a especificidade da fé” das “verdades da razão”, “acessíveis ao homem enquanto homem, independentemente da própria fé”.
Neste contexto, congratulou-se com o facto de “uma parte fundamental dos valores humanos fundamentais” se terem tornado “direito positivo”, no pós-guerra, tanto na Constituição alemã de 1949, como na Declaração dos Direitos do Homem.
“Após os horrores da ditadura, os homens reconheceram a validade geral daqueles valores que se fundam na verdade antropológica e fizeram deles um valor adquirido”, referiu.
Bento XVI alertou, contudo, que hoje em dia “são novamente postos em discussão alguns valores fundamentais da existência humana, valores que defendem a dignidade do homem como tal”.
“Só uma sociedade que respeite e defenda incondicionalmente a dignidade de cada pessoa, desde a conceção até à morte natural, se pode considerar uma sociedade humana”, indicou.
O Papa referiu-se também às “relações de bom entendimento desde há muito existentes” entre a República da Alemanha e a Santa Sé, destacando as “ótimas possibilidades de ação” de que dispõe a Igreja no país para “anunciar livremente o Evangelho” e “ajudar pessoas em dificuldade, através de numerosas instituições sociais e caritativas”.