Papa Bento XVI explica símbolos do Apocalipse na Bíblia e diz que todas as orações são importantes
O Papa explicou no Vaticano alguns dos símbolos do livro bíblico do Apocalipse, tendo vincado que não há preces desnecessárias e que os católicos devem evitar o derrotismo e não faltar à missa de domingo. Os fiéis devem estar certos de que “não há orações supérfluas, inúteis” e que “nenhuma se perde”, apesar dos seus “limites, cansaço, pobreza, aridez” e “imperfeições”, sublinhou Bento XVI na catequese.
“Diante do mal tem-se muitas vezes a sensação de não se poder fazer nada” mas a oração, que permite a avaliação crítica da história e inspira os comportamentos pessoais, é a “primeira resposta e mais eficaz” para fortalecer o compromisso diário em “espalhar o bem”, referiu.
A audiência foi dedicada à segunda parte do livro do Apocalipse, o último da Bíblia, que segundo o Papa é orientada para a abertura dos cristãos ao mundo, dado que a Igreja “não se fecha em si mesma mas enfrenta com coragem o seu caminho, no meio de dificuldades e sofrimentos”, vincando ao mesmo tempo que “o mal não vence o bem”.
Bento XVI realçou que os cristãos nunca podem “pessimistas”: “sabemos bem que no caminho da nossa vida encontramos frequentemente violência, mentira, ódio, perseguição, mas isso não nos desencoraja”.
“A oração é como uma janela aberta que nos permite ter o olhar dirigido para Deus, não só para recordarmos a meta a que somos direcionados, mas também para deixar que a vontade de Deus ilumine o nosso caminho terreno e nos ajude a vivê-lo com intensidade e empenho”, salientou.
Depois de explicar que o anúncio da última vinda de Cristo apontado no Apocalipse não se refere apenas ao “fim dos tempos mas também ao presente”, Bento XVI pediu aos católicos para “serem fiéis à Santa Missa” de domingo, dia que é o “verdadeiro centro da semana”.
A segunda parte do Apocalipse, palavra que no original grego significa “revelação”, apresenta os símbolos do “trono”, que significa o poder de Deus sobre a história, o “livro com os sete selos”, que se refere ao plano divino sobre o ser humano, e o “Cordeiro imolado”, uma alusão a Cristo, explicou em português.
Dirigindo-se aos peregrinos lusófonos, o Papa saudou os fiéis das paróquias de Avintes e Alpendurada.
“Lembrai-vos de que a vida de oração do cristão deve ter por centro a Missa dominical. É na Eucaristia que experimentareis como o Senhor Jesus vem e faz morada em quem n’Ele crê e acolhe”, disse Bento XVI, que pediu a Deus para abençoar os fiéis nas suas necessidades.
Falando em italiano, o Papa agradeceu “o preciso contributo à nova evangelização” prestado pelas ordens dos Franciscanos Capuchichos e do Oratório de São Filipe Néri, reunidas em capítulo geral, termo que designa as suas assembleias magnas.