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Papa Bento XVI inicia viagem para México e Cuba

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23 DE MARÇO DE 2012 – SEXTA-FEIRA: O papa Bento XVI partiu do aeroporto Fiumicino de Roma, iniciando uma viagem de seis dias que o levará ao México e a Cuba, onde abordará temas como a violência do narcotráfico e a evolução do regime comunista cubano.

O Boeing 777 da companhia Alitalia, que levará o Pontífice durante seu giro latino-americano, decolou às 08H45 GMT (05H45 de Brasília) do aeroporto romano. O chefe de governo Mario Monti e outras personalidades estiveram no local para se despedir do Papa.

Trata-se da primeira visita papal em sete anos a dois países de língua espanhola da América Latina.

Durante os seis dias em que permanecerá na América Latina, a região mais católica do planeta, de 23 a 28 de março, o pontífice, que comemorará seus 85 anos no dia 16 de abril, cumprirá um programa um pouco mais tranquilo, que leva em conta sua idade avançada.

O Papa será recebido na tarde desta sexta-feira no aeroporto de León pelo presidente do México, Felipe Calderón, e depois tem programado um longo descanso para se recuperar das 14 horas de voo.

Das 22 viagens realizadas ao exterior em sete anos de pontificado, 16 delas foram à Europa, uma proporção surpreendente.

Não pisou até agora em nenhum país da América Latina de língua espanhola, enquanto programou uma segunda visita ao Brasil, em 2013, para a Jornada Mundial da Juventude.

Os colaboradores mais próximos do Papa asseguram que Bento XVI aceitou realizar uma viagem tão longa e cansativa para sua idade porque quer responder aos desejos de milhares de latino-americanos de língua espanhola.

"Paga uma dívida com a América Latina", reconheceu o cardeal mexicano Juan Sandoval em uma entrevista ao jornal de seu país El Informador.

Para muitos, a visão eurocentrista do mundo de Bento XVI, ilustre teólogo, pesou na situação.

"É possível que seja eurocentrista. Às vezes é e às vezes não", sustenta Sandoval, que observa que nomeou muitos cardeais europeus, mas também centrou seu olhar na África, "continente que visitou várias vezes", disse.

As duas etapas da viagem respondem a duas lógicas diferentes. O México foi escolhido por ser o país mais católico de língua espanhola (83%) e Cuba porque, com a visita, coroa o papel ativo da Igreja católica na abertura do regime comunista, quatorze anos depois da histórica visita de João Paulo II à ilha caribenha.

O Papa chega a um continente no qual outras igrejas, várias pentecostais, se multiplicaram graças ao seu trabalho social.

A resposta frente a este desafio, tanto por parte de João Paulo II como de Bento XVI, foi a de nomear prelados conservadores, proibir a teologia da libertação e frear qualquer disputa interna.

Também são registradas tensões e incompreensões por vários assuntos de caráter social, entre eles a condenação ao divórcio, a homossexualidade, o aborto e a contracepção.

O escândalo pela pedofilia de padres também atingiu a América Latina e toda a região viveu os efeitos da revolução sexual.

Em uma entrevista à agência de notícias católica I-Media, o único latino-americano designado cardeal pelo Papa durante o consistório de fevereiro passado, o brasileiro João Braz de Aviz, convocou a Europa a descer de seu pedestal e a "deixar de olhar de cima para baixo".

"Até quando Europa e Estados Unidos vão nos dirigir?", se perguntava.

"Não se pode deixar de levar em conta que a América Latina, Ásia e África mudaram, não se pode continuar pensando que são colônias ou do Terceiro Mundo", acrescentou.

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