Papa Bento XVI pede união religiosa
O papa Bento XVI defendeu que a Igreja Católica na Índia promova o bem-estar da sociedade de uma constante atenção à promoção dos direitos fundamentais em conjunto com outras crenças religiosas.
O Pontífice recebeu hoje bispos indianos em Castel Gandolfo, sua residência de veraneio, a quem expressou que os fieis cristãos e de outras tradições religiosas devem "assumir o desafio de afirmar a dignidade do outro e de toda pessoa humana".
"Os vossos recursos mais significativos não são os edifícios, as escolas, os orfanatos, os conventos ou os seminários, mas os homens, as mulheres e as crianças da Igreja na Índia", que com sua presença histórica "deram uma contribuição à sociedade indiana e numerosos benefícios à cultura", expressou o Papa.
Ele sublinhou em seu discurso o "desafio" implícito da "natureza missionária" da Igreja, na qual se deve sempre "estar preparado para difundir o Reino de Deus e a seguir os passos de Cristo, ele mesmo incompreendido, desprezado, falsamente acusado e que sofreu por amor da verdade".
O líder máximo da Igreja Católica exortou os bispos indianos a não se deixarem dissuadir quando se apresentarem desafios durante o ministério deles e dos sacerdotes conterrâneos.
Joseph Ratzinger ainda recordou o 25º aniversário da primeira visita do papa beato João Paulo II à Índia, na qual se encontrou com líderes de outras religiões o que, segundo o papa alemão, deu "um autêntico testemunho do valor do diálogo interreligioso".
Ele pediu que os cristãos indianos "continuem a ser promotores da justiça, portadores da paz, pessoas capazes de um diálogo respeitoso e amantes da verdade sobre Deus e sobre o homem".
A população cristã na Índia corresponde a 2,3% do total, sendo que mais da metade deles são católicos, atrás da maioria hindu (80,5%) e da minoria muçulmana (13,4%).
O país está em 32º lugar na lista dos que mais perseguem pessoas por sua fé cristã. Alguns estados indianos mantêm leis anticonversão, que proíbem que hindus se convertam ao cristianismo.