Papa Francisco diz que “Igreja rica é uma Igreja sem vida”
O papa Francisco disse durante a missa celebrada na capela de Santa Marta, que com uma Igreja rica, a Igreja envelhece e não tem vida. "São Pedro não tinha conta em banco", afirmou o pontífice para ressaltar a necessidade de a Igreja assumir um testemunho de pobreza.
De acordo com o jornal italiano La Stampa, o papa disse ainda que a pregação do Evangelho deve ser gratuita, e citou a passagem da Bíblia onde Jesus pede aos apóstolos que não procurem ouro, prata e cobre nos cintos.
"O anúncio do Evangelho tem que ser o caminho da pobreza. Temos que realizar os trabalhos da Igreja, mas com um coração de pobreza, não com o coração do investimento ou do empresário", acrescentou Francisco.
Ainda na sua homilia, o papa lembrou que a Igreja não é uma Organização Não Governamental, e sim uma coisa mais importante.
O papa Francisco vem dando repetidos sinais de que defende uma Igreja voltada aos mais pobres, sem ostentações e opulência.
Durante a audiência geral da última quarta-feira, dia 5, na Praça de São Pedro, o papa Francisco condenou a cultura do desperdício de alimentos em todo o mundo. "Deus confiou ao homem e à mulher o cultivo e o cuidado da terra, para que todos pudessem morar nela, mas o egoísmo e a cultura do desperdício levaram ao descarte das pessoas mais fracas e necessitadas", disse o pontífice.
"Em muitas partes do mundo, apesar da fome e da desnutrição existentes, muitos alimentos são desperdiçados", disse o papa.
As palavras de Francisco indicam, mais uma vez, que o pontífice espera encontrar no Rio, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em julho, muito mais uma festa da fé do que um evento com luxo e abundância. O papa vem mantendo a coerência em seus discursos desde que assumiu o pontificado, insistindo em falar na pobreza.
Francisco lembrou também que os alimentos jogados no lixo são alimentos roubados da mesa do pobre, de quem tem fome. "A ecologia humana e a ecologia ambiental são inseparáveis", afirmou.
Ele também advertiu que "a pessoa humana está hoje em perigo". "Na cultura do desperdício, se morrem homens e crianças não é notícia; se a bolsa cai é uma tragédia", comentou. "Acaba-se por descartar as pessoas. Deixa-se de respeitar a vida, sobretudo se é pobre ou incapacitada, ou se ainda não é útil, como a criança que vai nascer, ou se não serve mais, como o idoso", concluiu.