Papa Francisco diz que “nós somos um vaso de barro frágil, mas é imenso o tesouro que nele trazemos”
O Papa lançou um novo tuíte nesta sexta-feira: "Todos nós somos um vaso de barro, frágil e pobre, mas é imenso o tesouro que nele trazemos", escreve.
Trata-se de um tema que evoca o que nos diz São Paulo na II Carta aos Coríntios, e que mais vezes tem sido retomado pelo Papa Francisco nestes primeiros meses de Pontificado.
"Temos este tesouro em vasos de barro, para que se mostre que esta potência extraordinária vem de Deus e não de nós." Estas palavras de São Paulo sobre o tesouro, isto é Cristo, e o vaso, a nossa frágil humanidade, são para o Pontífice o ponto fundamental de equilíbrio em nosso caminho de fé:
"Paulo falou muitas vezes sobre seus pecados. 'Eu que fui um perseguidor da Igreja…' Retorna sempre à sua memória de pecado. Sente-se pecador. Mas naquele momento não diz: 'Fui pecador, mas agora sou santo', não. Mesmo agora, um espinho de Satanás em minha carne. Mostra-nos a sua fraqueza. O seu pecado. É um pecador que acolhe Jesus Cristo." (Homilia na Casa Santa Marta, no Vaticano, 14 de junho de 2013)
De fato – explica o Papa –, pode acontecer que aqueles que recebem este tesouro "saibam que são de barro, mas no arco da vida se entusiasmem de tal modo que se esqueçam ser de barro ou se esqueçam que o dom recebido é um grande dom". A Igreja – afirma – "sofre muito toda vez que um dos chamados a receber o tesouro em vaso de barro… crê ser melhor, não mais ser de barro" e é tentado a maquiar e a embelezar o vaso.
Ao invés – observa o Papa Francisco –, somos de barro "até o fim, ninguém se salva disso. Quem nos salva é Jesus, do seu modo, não segundo a maneira humana… das aparências". (Homilia na Residência do Sumaré, no Rio de Janeiro, em 25 de julho de 2013)
A graça da vergonha pelos nossos pecados leva-nos à humildade, útil, sobretudo, para os sacerdotes. Essa graça ajuda-nos a conservar o equilíbrio entre tesouro e vaso:
"Humildade que nos torna conscientes, todos os dias, de que não somos nós a construir o Reino de Deus, mas é sempre a graça do Senhor que age em nós; humildade que nos impele a colocar todo nosso ser não a nosso serviço ou das nossas ideologias, mas a serviço de Cristo e da Igreja, como vasos de barro, frágeis, inadequados, insuficientes, mas nos quais há um tesouro imenso que carregamos e que comunicamos." (Homilia na "Chiesa del Gesù", Roma, 31 de julho de 2013)
O Santo Padre afirma que somente a humildade pode fazer-nos "entender a beleza da salvação que Jesus nos traz":
"Irmãos, temos um tesouro: o tesouro de Jesus Cristo Salvador. A Cruz de Jesus Cristo, este tesouro do qual nos vangloriamos. Mas o temos num vaso de barro. Vangloriamo-nos inclusive… dos nossos pecados… Jesus Cristo não nos salvou com uma idéia, com um programa intelectual, não. Salvou-nos com a carne, com a concretude da carne. Abaixou-se, fez-se homem, fez-se carne até o fim. Mas somente se pode entender, somente se pode receber em vasos de barro."