Papa Francisco diz que os catequistas devem levar à humanidade, a “memória de Deus”
O Papa disse no Vaticano que os milhões de catequistas da Igreja Católica devem levar à humanidade a “memória de Deus” para evitar o esvaziamento do ser humano.
“O catequista é um cristão que transporta em si a memória de Deus, que se deixa guiar pela memória de Deus em toda a sua vida e a desperta no coração dos outros”, disse, na homilia da missa que concluiu a jornada mundial de catequistas, pelo Ano da Fé, na Praça de São Pedro.
Segundo Francisco, quando falta essa memória de Deus, tudo “adoece” na pessoa e reduz-se à dimensão do “ter”: “A vida, o mundo, os outros perdem consistência, já não contam para nada”.
O Papa advertiu as dezenas de milhares presentes na celebração para o “risco” da "mundanidade" e do comodismo, que levam a ter como centro o próprio bem-estar e esquecer os outros, em particular quem sofre.
“Se as coisas, o dinheiro, a mundanidade se tornam o centro da vida, agarram-nos, possuem-nos e nós perdemos a nossa própria identidade de homens”, declarou.
Francisco reforçou a ideia de que o catequista é alguém que “guarda e alimenta a memória de Deus” e a coloca “ao serviço do anúncio, não para se fazer ver, para falar de si, mas para falar de Deus, do seu amor”.
“Se perdermos a memória de Deus, também nós mesmos perdemos consistência, também nós nos esvaziamos, perdemos o nosso rosto”, alertou.
No final da celebração foi recordada, em particular, a presença de catequistas oriundos de Vietname, Haiti, Síria, Turquia e Nigéria.
O Papa quis sublinhar a participação de João X, patriarca greco-ortodoxo de Antioquia, para pedir “mais uma vez” a oração dos cristãos “pela paz na Síria e no Médio Oriente”.
A intervenção final de Francisco, antes da recitação da oração do Angelus, recordou também a beatificação do padre croata Miroslav Bulešić, que morreu como mártir em 1947.