Papa Francisco fez psicanálise na década de 1970, revela livro
Um novo livro sobre o papa Francisco, que será lançado na próxima semana na França, revelou que Jorge Mario Bergoglio consultou uma psicanalista na década de 1970 quando ele ainda morava em Buenos Aires, na Argentina, antecipou nesta sexta-feira (1) o jornal “Le Figaro”.
Segundo Bergoglio, as consultas duraram cerca de seis meses “uma vez por semana, para lançar luz sobre certas coisas”. “Ela era muito boa, muito profissional e me ajudou muito”, revelou o atual líder da Igreja Católica.
Em outra parte de suas “confissões” para o sociólogo francês Dominique Wolton, o sucessor de Bento XVI fez outra revelação sobre sua vida na Argentina.
“Foi uma mulher que me ensinou a pensar sobre a realidade política. E ela era comunista”, contou Francisco. A mulher se chamava Esther Balestrino de Careaga e “foi morta durante a ditadura quando foi capturada com duas freiras francesas”.
“Ela era química, responsável pelo departamento em que trabalhava, no laboratório. Era uma comunista do Paraguai, do partido chamado Febrerista. Lembro que ela me fez ler a condenação de morte de Rosenberg! Me fez entender o que havia por trás daquela condenação. Me deu livros, todos comunistas, mas me ensinou na verdade a pensar sobre a política. Devo muito àquela mulher”, acrescentou.
Em outro trecho do depoimento, ele falou sobre as “acusações” que sofre sempre porque deseja que a Igreja Católica seja aberta e que a sociedade tenha igualdade entre todas as pessoas.
“Uma vez, me falaram ‘você é comunista’. Não, os comunistas são os cristãos e foram os outros que roubaram a nossa bandeira”, disse a Wolton.
O livro foi batizado de “Papa Francisco: Encontros com Dominique Wolton, Política e Sociedade” e estará nas livrarias a partir de 6 de setembro.