Papa Francisco: “Há que restituir a honra social devida à fidelidade do amor”
Milhares de pessoas vindas de todo o mundo estiveram mais uma quarta-feira na praça de São Pedro para ouvir o Papa Francisco nas suas catequeses semanais. Deixando um pouco de lado os trabalhos do Sínodo da Família, o Pontífice, na manhã de hoje, quis compartilhar com os fieis uma reflexão sobre a promessa de amor entre o homem e a mulher, continuando com a da semana passada, na qual refletiu sobre as promessas feitas às crianças.
Durante a volta que deu com o papamóvel pelos corredores da praça, os peregrinos se mostraram entusiasmados, e alegremente acenavam com suas bandeiras e banners com mensagens de amor e proximidade ao Santo Padre.
Depois de ouvir a leitura correspondente, o Papa pronunciou a sua catequese habitual. No resumo feito em português, disse:
“A família vive da promessa de amor e fidelidade que o homem e a mulher se fazem reciprocamente. A fidelidade à promessa feita é uma verdadeira obra-prima de humanidade! Olhando a sua arrojada beleza, sentimo-nos atemorizados; mas, se desprezarmos a sua corajosa tenacidade, estamos perdidos. Nenhuma relação de amor – nenhuma amizade, nenhuma forma de bem-querer, nenhuma felicidade do bem comum – atinge a altura do nosso desejo e da nossa esperança, se aí não habitar este milagre da alma. E digo «milagre», porque, apesar de tudo, a força e a persuasão da fidelidade não cessam jamais de nos encantar e surpreender. A honra à palavra dada, a fidelidade à promessa não se pode comprar nem vender; não se pode impor pela força, mas também não se pode guardar sem sacrifício. Se a família não ensinar esta verdade do amor, nenhuma outra escola o poderá fazer. Há que restituir a honra social devida à fidelidade do amor. É necessário subtrair à clandestinidade o milagre diário de milhões de homens e mulheres que regeneram o próprio alicerce familiar, do qual vive toda a sociedade e que não o pode garantir de qualquer outro modo.
Por isso Deus inscreveu este princípio da fidelidade à promessa do amor e da geração na obra da criação como uma bênção perene, à qual está confiado o mundo”.
Em seguida cumprimentou os peregrinos de língua portuguesa, especialmente os grupos de Portugal e do Brasil, e a delegação hebraica de São Paulo.
“Queridos peregrinos de Portugal, Brasil e outros países de língua portuguesa, bem-vindos! Saúdo-vos cordialmente a todos, confiando ao bom Deus a vossa vida e a dos vossos familiares.Com alegria, acolho a delegação da Comunidade Hebraica de São Paulo, acompanhada pelo Cardeal Odilo Scherer. Esta visita a Roma vos ajude a estar prontos, como Abraão, a sair cada dia para a terra de Deus e do homem, revelando-vos um sinal do amor de Deus por todos os seus filhos. Obrigado!”
Depois das saudações nas várias línguas, o Santo Padre dirigiu umas palavras aos jovens, enfermos e os recém-casados. Recordando que amanhã se celebra a memória litúrgica de São João Paulo II, pediu aos jovens que o testemunho de vida do Papa polonês “seja exemplo para o vosso caminho”. Pediu aos doentes que levem com alegria a cruz do sofrimento como ele nos ensinou”. E finalmente convidou os recém-casados a pedirem a sua intercessão para que “em vossa nova família nunca falte o amor”.