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Papa Francisco mostra preocupação com violações da liberdade religiosa

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O Papa apelou no Vaticano ao respeito pela liberdade religiosa em todo o mundo e alertou para as consequências da crise “persistente” sobre as famílias e os jovens, num encontro com o presidente italiano.

“A liberdade religiosa é mais afirmada do que realizada, no mundo de hoje: Ela é, de fato, obrigada a sofrer ameaças de vários tipos e não raramente é violada”, declarou Francisco, na primeira audiência concedida a Giorgio Napolitano, reeleito em 20 de abril.

O Papa recordou que este ano se assinala o 17-º centenário do édito de Milão, assinado pelo imperador romano Constantino, “visto por muitos como símbolo da primeira afirmação do princípio da liberdade religiosa”.

“Os graves ultrajes infligidos a tal direito primário são fonte de séria preocupação e devem gerar uma reação concorde dos países do mundo para reafirmar, contra qualquer atentado, a intocável dignidade da pessoa humana”, acrescentou.

Segundo Francisco, é dever de todos “defender a liberdade religiosa e promovê-la” como um bem moral que representa uma garantia de “crescimento e de desenvolvimento para toda a comunidade”.

O Papa falou num momento de “crise global profunda e persistente” que tem vindo a acentuar os problemas econômicos e sociais, sobretudo para as “partes mais fracas da sociedade”.

“São particularmente preocupantes os fenômenos como o enfraquecimento da família e dos laços sociais, da crise demográfica, a prevalência de lógicas que privilegiam o lucro face ao trabalho, a insuficiente atenção às gerações mais jovens e à sua formação”, sustentou.

O Papa declarou, neste contexto, que é “fundamental” garantir o funcionamento das instituições democráticas e promover uma “nova consideração pelo compromisso político”, no qual “crentes e não crentes, em conjunto, colaborem na promoção de uma sociedade em que as injustiças possam ser superadas”.

Francisco disse ainda que a Itália, seguindo o exemplo dos seus santos, “pode e deve superar qualquer divisão e crescer na justiça e na paz”.

A visita do presidente da Itália ao Vaticano, com duração de cerca de duas horas, prossegue com um encontro entre Napolitano e o secretário de Estado do Papa, cardeal Tarcisio Bertone.

O responsável máximo pela diplomacia do Vaticano manifestou ao chefe de Estado italiano a vontade de colaborar no “diálogo e no confronto com os vários atores da cena internacional e europeia para a resolução dos problemas econômicos”, visando que “a pessoa humana seja sempre um fim e não um meio”.

O cardeal Bertone e o presidente Napolitano encontraram-se com representantes do corpo diplomático acreditado junto da Santa Sé antes da visita à Capela da Pietà, na Basílica de São Pedro.

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